São Paulo – Os deputados dos Estados Unidos aprovaram ontem, por 219 votos a 212, a suspensão do limite de endividamento do país até 16 de dezembro. O texto, no entanto, ainda precisa ser chancelado pelo Senado norte-americano, onde o Partido Democrata, da situação, precisou deixar de lado a suspensão do teto da dívida para convencer a oposição a autorizar a execução de despesas pela Casa Branca a partir de amanhã e evitar a paralisação do governo federal.
Os Estados Unidos possuem um limite de endividamento definido pelo Congresso e que precisa ser respeitado pelo Departamento do Tesouro. Este limite foi atingido e a secretária Janet Yellen vem alertando há semanas que ele precisa ser elevado em breve para evitar uma crise de “enormes proporções”.
O grande problema de o teto da dívida não ser suspenso ou elevado é que ele impede o Tesouro de tomar empréstimos para pagar dívidas antigas – algo conhecido como rolagem -, e pode levar os Estados Unidos a deixarem de pagar credores, algo que seria um choque para o sistema financeiro mundial. A previsão de Yellen é de que isso aconteceria em meados de outubro se o atual limite continuar em vigor.
As negociações sobre o teto da dívida entre legisladores democratas e seus rivais republicanos se arrastaram por meses sem nenhuma solução imediata à vista. Os dois lados se acertaram com relação ao limite da dívida várias vezes na última década e até mesmo permitiram que os Estados Unidos o superassem durante o governo de Donald Trump, embora o país nunca tenha deixado de pagar sua dívida.
Os republicanos acusaram os democratas de desperdício de gastos e dizem que estender o teto da dívida colocará os Estados Unidos ainda mais no caminho da dívida sem retorno.