Buenos Aires – A Câmara dos Deputados do Chile aprovou ontem, após uma longa sessão de quase 22 horas, a acusação constitucional apresentada por um grupo de deputados da oposição contra o presidente Sebastián Piñera. A aprovação foi dada por 78 votos a favor, 67 contra e três abstenções.
Após a homologação, a denúncia deve ser ouvida pelo Senado, e na Câmara deve ser formada uma comissão, composta por três deputados, que ficarão encarregados de sustentar a denúncia.
Enquanto isso, o presidente não pode deixar o país até que se resolva o plenário dos senadores, que passam a atuar como juízes, para ponderar o mérito da acusação.
O nome de Piñera surgiu na investigação da Pandora Papers após o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) revelar supostas irregularidades na venda da mineradora Dominga nas Ilhas Virgens britânicas.
De acordo com a investigação, durante seu primeiro governo, em dezembro de 2010, Piñera vendeu sua parte na mineradora Dominga por US$ 152 milhões ao amigo Carlos Alberto Délano, onde foram pagos US$ 14 milhões no Chile e US$ 138 milhões nas Ilhas Virgens para evitar o pagamento de impostos.
A defesa de Piñera considera a acusação constitucional contra o presidente não cumpre os requisitos legais ou constitucionais para sua origem.