São Paulo – A taxa de desocupação da população brasileira foi estimada em 11,2% no trimestre móvel entre setembro e novembro, queda de 0,7 ponto percentual (pp) ante o trimestre imediatamente anterior (11,8%), referente ao período entre junho e agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o menor do ano e desde o segundo trimestre de 2016 quando a taxa estava em 11,3%.
O resultado ficou levemente abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Termômetro CMA, de 11,4%. Na comparação com o mesmo período anterior, referente aos meses de setembro e novembro do ano passado, quando estava em 11,6%, houve leve queda de 0,4 pp segundo o IBGE.
O IBGE avalia que as vagas temporárias abertas no comércio para fazer frente às datas comemorativas de fim de ano contribuíram para a queda do indicador. Ao fim de novembro, a população desocupada somava 11,9 milhões de pessoas, quedas de 5,6% (ou 702 mil pessoas a menos) em relação ao trimestre anterior – de junho a agosto deste ano – e de 2,5% (300 mil pessoas a menos) no confronto com igual trimestre de 2018.
A população ocupada, por sua vez, somou 94,4 milhões no trimestre móvel, número recorde na série histórica, com altas de 0,8% em relação ao trimestre anterior (mais 785 mil pessoas) e de 1,6% frente a igual período do ano passado (mais 1,5 milhão de pessoas). Segundo o IBGE, a população fora da força de trabalho chegou a 65,1 milhões, estável em relação as duas bases de comparação.
Segundo a analista da pesquisa, Adriana Beringuy, o resultado confirma a sazonalidade esperada para essa época do ano e que foi retomada desde 2017. “Ficamos dois anos, em 2015 e 2016, sem ter a sazonalidade já que não havia geração de postos suficiente para atender à demanda por trabalho. Agora, o comércio mostra movimento positivo no trimestre fechado em novembro, o que achamos que está relacionado às datas comemorativas como Black Friday e a antecipação de compras de final de ano”, comenta.
Já a taxa de subutilização da força de trabalho ficou em 23,3%, quedas de 1,0 pp frente ao trimestre encerrado em agosto, e de 0,5 pp ante o mesmo período do ano passado. De acordo com o Instituto, a população subutilizada somou 26,1 milhões, baixa de 4,2% (menos 1,179 milhão de pessoas) em relação ao período imediatamente anterior, e recuo de 1,1% (menos 304 mil pessoas) na comparação com o trimestre entre junho e agosto de 2018.
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (exceto trabalhadores domésticos) foi de 33,4 milhões de pessoas, altas de 1,1% (mais 378 mil pessoas) ante trimestre anterior e de 1,6% (mais 516 mil pessoas) em relação ao mesmo período de 2018. Enquanto o número de trabalhadores sem carteira assinada ficou em 11,8 milhões de pessoas, estável nas duas bases de comparação.
O total de trabalhadores por conta própria totalizou 24,6 milhões, renovando o recorde na série histórica, com crescimentos de 1,2% (mais 303 mil pessoas) frente ao trimestre móvel anterior e de 3,6% (mais 861 mil pessoas) em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Em relação à renda, o rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.332 no período entre setembro e novembro deste ano, estável nas duas bases de comparação. Já a massa de rendimento médio real habitual dos ocupados nos últimos três meses até novembro foi estimada em R$ 215,1 bilhões, altas de 2,1% ante trimestre anterior e de 3,0% em comparação com o mesmo período de 2018.