São Paulo – O desemprego entre os jovens da China atingiu uma marca sem precedentes em maio, ao mesmo tempo em que os indicadores econômicos do país não alcançaram as expectativas projetadas, revelando os desafios enfrentados pela segunda maior economia mundial.
Os números, divulgados nesta quinta-feira (15) pelo Departamento Nacional de Estatísticas, apontaram um aumento na taxa de desemprego dos jovens com idades entre 16 e 24 anos, que alcançou 20,8% em maio, superando o recorde registrado no mês anterior. Já a taxa de desemprego para todas as faixas etárias nas áreas urbanas foi de 5,2% no mesmo período.
Os resultados de outros indicadores econômicos também mostraram um desempenho abaixo das expectativas. As vendas no varejo registraram um crescimento de 12,7% em maio, em relação ao ano anterior, porém, esse número ficou aquém do crescimento de 13,6% esperado pelos analistas.
Da mesma forma, a produção industrial teve um aumento de 3,5% em maio, em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, esse crescimento ficou abaixo dos 3,6% esperados pelo mercado.
Além disso, os analistas previram um aumento de 4,4% no investimento em ativos fixos nos primeiros cinco meses do ano, em relação ao ano anterior. No entanto, os dados revelaram que o investimento em ativos fixos teve um crescimento de apenas 4% no mesmo período, frustrando as expectativas.
Esses números decepcionantes refletem a desaceleração na recuperação econômica da China após a pandemia covid-19, apontando para um enfraquecimento do ritmo de crescimento que o país vinha experimentando.
“Mudar para o modo de estímulo político com medidas de flexibilização em larga escala seria o primeiro imperativo”, diz Bruce Pang, economista-chefe e chefe de pesquisa da JLL Greater China.
“Mas pode [levar] dois a três anos para sustentar uma recuperação econômica lenta e recuperar uma taxa de crescimento potencial mais alta de mais de 6% com impulsionadores de crescimento mais equilibrados e impulso interno mais forte”, completa.