Segundo um estudo feito pela Economist Intelligence Unit (EIU), o desemprego entre os jovens na China provavelmente continuará alto este ano devido a um descompasso entre o grande número de novos graduados, que geralmente buscam setores de manufatura em alta, e a oferta de empregos, a maioria dos quais ainda está concentrada em setores de menor qualificação.
Ainda que essa taxa de desemprego entre os jovens caia a partir de 2025, os efeitos ainda persistirão por mais tempo. “Apesar da recuperação geral do mercado de trabalho na China, as maiores melhorias estão concentradas em grupos de meia-idade e trabalhadores migrantes”, disseram analistas da EIU.
“Em contraste, a recuperação pós-Covid não aliviou a folga no mercado de trabalho juvenil. O aumento de novos graduados não foi correspondido por um aumento proporcional nas novas oportunidades de emprego. As novas contratações ainda estão sendo oferecidas com salários mais baixos devido à oferta excessiva de mão de obra”, continuam, afirmando que a automação representa uma ameaça adicional ao número de empregos na China.
O desemprego entre pessoas entre 16 e 24 anos (excluindo estudantes) ficou em 14,9% em dezembro, segundo o departamento nacional de estatísticas. Em comparação com a taxa global de desemprego na China, o número fica em 5,1%.
A instituição mostrou também que a continuidade desta alta taxa de desemprego pode ter efeitos residuais, desde poder de compra mais enfraquecido até casamentos e nascimentos que podem ser adiados. A EIU observou que esses problemas também terão implicações fiscais para Pequim na forma de uma maior necessidade de assistência social.
Esses dados se somam aos que foram divulgados sobre a demografia chinesa, que registrou uma segunda redução anual consecutiva da população no ano passado. A população do país diminuiu em mais de 2 milhões de pessoas para 1,41 bilhão em 2023 em relação ao ano anterior. A população havia diminuído em 850.000 pessoas em 2022 em relação a 2021.