São Paulo, 23 de agosto de 2024 – A Bolsa fechou em alta, acompanhando o otimismo generalizado no mercado financeiro mundial, após a tão esperada fala do presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, Jerome Powell, no simpósio anual do banco, em Jackson Hole. Dólar comercial e juros recuaram, seguindo a onda de bom humor global
Powell enviou uma mensagem clara aos mercados ao afirmar que “chegou a hora” de o banco central começar a reduzir a taxa de juros. “Chegou a hora de ajustar a política monetária, disse Powell. “A direção está clara (…) e o momento e o ritmo dos cortes de juros dependerão dos dados recebidos, das perspectivas em evolução e do balanço de riscos, acrescentou.
O principal índice da B3 subiu 0,32%, aos 135.608,47 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em outubro subiu 0,26%, aos 137.680 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,85 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta.
Na leitura do especialista da Valor Investimentos, Paulo Luives, a reação do mercado já vinha sendo positiva com essa questão de corte de juros com os últimos dados, tanto de atividade quanto de inflação. Segundo o especialista, a fala do Powell agora só reforça mais ainda a tese do mercado de corte em setembro – inclusive aqui no Brasil.
“Fala do Powell sinalizou que a inflação nos Estados Unidos está a caminho da meta de 2% e que é necessário agora começar a fazer ajustes na política monetária – entenda-se como corte na taxa de juros”
O dólar comercial fechou em queda de 1,95%, cotado a R$ 5,4798. A moeda refletiu a fala do presidente do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, que no final da manhã praticamente sacramentou o início do corte dos juros para setembro. Na semana, a moeda teve valorização de 0,22%.
De acordo com o diretor de câmbio da Ourominas, Elson Gusmão, “Powell deixou claro que está hoje mais preocupado com o mercado nos Estados Unidos e que os últimos dados sustentam um corte. Não sinalizou a magnitude, mas confio em corte de 25 pontos-(base) em setembro”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham em firme queda – especialmente os vértices longos que chegam a cair mais de 1% – após fala do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, que foi claro quanto aos cortes de juros que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) deve efetivar até o fim de 2024.
“Powell foi muito claro em relação ao ciclo de corte de juros né a partir de setembro – fala-se em 0,25 p.p predominantemente – e, a partir daí, vai ser calibrado em função dos indicadores que forem saindo. Essa tem sido a narrativa do banco central norte-americano”, avalia o economista-chefe da Confiance Tec, Julio Hegedus Netto.
Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,820% de 10,845% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 11,485%, de 11,590%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,475%, de 11,590%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,515% de 11,625% na mesma comparação. O dólar opera em firme queda, cotado a R$ 5,4826.
Camila Brunelli, Dylan Della Pasqua e Paulo Holland / Safras News
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