São Paulo, SP – A JBS (JBSS3), maior produtora de proteínas do mundo, reportou resultados sólidos no segundo trimestre deste ano, que foram suportados pela estratégia de diversificação de portfólio e região, apesar da queda de 9,8% do lucro líquido.
O lucro líquido ficou em R$ 3,95 bilhões, enquanto a receita líquida cresceu 7,7%, para R$ 92,19 bilhões, com destaque para o aumento de receita das unidades PPC (+18%), JBS
Austrália (+23%), Seara (+20%), e JBS Brasil (+11%). Às 15h40, as ações da companhia recuavam 2,27%, a R$ 30,53.
Para Sérgio Castro, analista CNPI do TradeMap, a iniciativa de diversificar o portfólio, tanto de produtos quanto das localizações de fábricas, foi um ponto crucial para que a empresa registrasse apenas uma leve queda nas margens, que seria maior caso a companhia dependesse apenas das operações americanas.
“Essa diversificação permite que a JBS compense resultados mais fracos causados por adversidades específicas de uma proteína ou região. Dessa forma, a empresa tende a ter resultados menos voláteis, o que é uma vantagem perante os pares do setor”, explicou o analista da TradeMap.
Para a XP Investimentos, a companhia reportou números mistos, porém o resultado em geral foi forte. Os resultados vieram positivos no Brasil (superando as expectativas em Seara, abaixo do esperado em Friboi), enquanto os EUA também foram positivos (em linha para o segmento de carne bovina, números fortes em carne suína).
“Continuamos otimistas sobre a capacidade da JBS de arbitrar diferentes ciclos e uma base de consumidores diversificada, reiterando JBSS3 como nossa principal escolha no setor de
proteínas com uma recomendação de compra e preço-alvo de R$ 51,8/ação para 2022”, apontou a corretora.
Por fim, os analistas da XP afirmaram que a diversificação geográfica e de proteínas da JBS vai reforçar o posicionamento estratégico da companhia nos próximos trimestres. As fusões
e aquisições recentemente realizadas devem fornecer à empresa uma resiliência rara de encontrar para um player de commodities.
O Bank of America (BofA) confirmou mais uma vez que a JBS é sua principal escolha na América Latina, dada sua resiliência de ganhos e execução sólida, forte FCF (rendimento de 18% em 2023) e carregamento favorável.
“Recentemente, debatemos uma alternativa de hedge de exposição à proteína dos EUA, dado o ciclo de baixa, com uma visão mais favorável para a JBS do que a Tyson Foods, dada a exposição da JBS ao Brasil e uma avaliação mais atrativa”, ponderou o BofA, que manteve sua recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 67.