Para a presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Kansas, Esther George, ainda há um grande desequilíbrio entre oferta e demanda, e é isso que causa ainda a alta inflação. “A ideia é voltar para a meta de inflação, e precisamos de dados consistentes para sabermos como as coisas estão. Não temos como saber ainda como será a decisão em setembro, há dados importantes que vão aparecer ainda”, disse. Ela participou de uma entrevista para o canal CNBC, que está em Jackson Hole para a cobertura do simpósio, que vai do dia 25 a 27 de agosto.
George disse que haverá mais três reuniões neste ano, e a questão é saber quando o ponto de virada da inflação poderá ser sentido. Embora o mercado imobiliário já começou a esfriar, e os preços de passagens aéreas e hospedagem tenham diminuído levemente, ainda não é possível cravar uma queda.
“Vamos saber quando virmos desaceleração contínua da inflação. Vemos também mercado de trabalho apertado, com dificuldade de encontrar pessoas para trabalhar, e a pressão dos preços continua”.
No curto prazo, o Fed tem o objetivo de trazer a inflação para a meta, e há a necessidade de ter dados mais consistentes. “Depois do que vimos em julho, a questão é saber se estes números estão começando a reduzir”. George afirmou que a rapidez das altas das taxas neste ano é a maior desde que ela faz parte do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Falando em recessão, George acredita ser difícil cravar uma resposta certa. “Tivemos dados negativos de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos trimestres, mas um mercado de trabalho apertado. O que vemos agora é a demanda esfriando, e vamos continuar observando os dados. Não podemos antecipar o que pode acontecer, mas nossa meta é abaixar a inflação”, concluiu.