Economia está se aproximando do ponto em que seria apropriado reduzir taxa de juros, diz Powell

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São Paulo – O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Jerome Powell, expressou na coletiva de imprensa após a decisão de política monetária que um corte na taxa de juros em setembro pode estar potencialmente na mesa, a depender dos próximos dados econômicos.

“A percepção geral do comitê é que a economia está se aproximando do ponto em que seria apropriado reduzir nossa taxa de juros”, disse Powell.  “A questão será se a totalidade dos dados, a perspectiva em evolução e o equilíbrio dos riscos são consistentes com o aumento da confiança na inflação e a manutenção de um mercado de trabalho sólido”, acrescentou.

O mandatário, porém, mantém que o futuro afrouxamento do Fed reflete a “totalidade dos dados” e não apenas um ou dois pontos de dados. Isso foi um aviso ao mercado de títulos que certamente precificará cortes de taxas mais imediatos se os próximos dois relatórios de emprego mostrarem uma fraqueza inesperada antes da reunião de 18 de setembro.

Powell disse que a maioria dos membros do Fomc apoiou a decisão de não mudar a taxa de juros hoje, com a decisão final sendo unânime, de acordo com a declaração, mas que algumas autoridades colocaram sob a mesa um possível corte já nesta reunião.

“Uma boa conversa” e “houve uma verdadeira discussão sobre qual seria o caso de agir nesta reunião”, salientou ele.

Em relação aos dados econômicos, o presidente do Fed disse que avaliará a inflação e o emprego de maneira mais equânime, uma vez que a inflação voltou a desacelerar. 

“Quando estávamos longe do nosso mandato de inflação, precisávamos focar nisso”, disse Powell. “Agora, estamos voltando a um foco mais equilibrado.”

Em relação ao mercado de trabalho, o líder do Fed disse que os indicadores mostram uma normalização gradual de condições “super-aquecidas”, mas que o banco central está observando ‘muito atentamente’ uma possível desaceleração acentuada no mercado de trabalho.

“O Fed está observando de perto o mercado de trabalho e permanecendo vigilante quanto a sinais de uma possível desaceleração acentuada”, disse Powell. “Estamos observando isso muito atentamente (…) Estamos cientes desse papel, que … Eu chamaria de uma coisa estatística que aconteceu ao longo da história.”

Sobre a inflação, ele enfatizou o ritmo de 12 meses dos dados, que registrou 2,6%, bem abaixo do pico de 7,1%, mas ainda fora da meta de 2% do banco central.

“[A inflação] Está provavelmente um pouco mais distante da meta do que a taxa de desemprego. Portanto, há um equilíbrio melhor, mas ainda parece que a inflação continua sendo a maior preocupação”, alertou o presidente do Fed.

Com as eleições nos Estados Unidos se aproximando, Powell voltou a explicar que um possível corte na taxa de juros na reunião de setembro não teria relação com a corrida presidencial. Segundo ele, o banco central é ‘absolutamente apolítico’

“Nunca usamos nossas ferramentas para apoiar ou nos opor a um partido político, um político ou qualquer resultado político”, disse Powell. “Nunca tentaríamos tomar decisões de política com base no resultado de uma eleição que ainda não aconteceu”, disse Powell. Isso seria “uma linha que nunca cruzaríamos”.

Ele também disse que as previsões econômicas do banco central não levam em consideração quem vence a presidência.