EDP tem prejuízo de R$ 396,9 mi no 4° trimestre de 2022

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ESG, sustentabilidade, energia eólica
Complexo Eólico Boqueirão I-II (crédito: Divulgação/EDP Renováveis)

São Paulo, SP – A Energias do Brasil (EDP Brasil) divulgou ontem (27) o balanço do quarto trimestre de 2022, com reportou prejuízo líquido de R$ 396,9 milhões, ante um lucro de R$ 809 milhões no mesmo período de 2021, decorrente da contabilização da redução do valor recuperável do Porto do Pecém Geração de Energia (Pecém), usina térmica movida a carvão mineral, com capacidade instalada de 720 megawatts (MW).

Em 2022, o lucro líquido foi de R$ 1,02 bilhão, o que representa um recuou de 52% em comparação ao ano de 2021. O Lucro Líquido ajustado foi de R$ 353,7 milhões e de R$ 1,3 bilhão, redução de 0,1% e aumento de 14,2%, no trimestre e no ano, respectivamente.

A margem bruta aumentou 22,7% no ano, decorrente dos mesmos efeitos já mencionados acima. No caso dos Clientes, o aumento de R$ 58,4 milhões, decorre da entrada em operação dos projetos de energia fotovoltáica, além do aumento dos contratos estabelecidos da Varejista.

O Ebitda foi de R$ 1,6 bilhão e de R$ 5,3 bilhões, aumento de 16,3% e de 22,1%, no trimestre e no ano, respectivamente. O Ebitda Ajustado pelos efeitos não recorrentes e não caixa foi de R$ 1,1 bilhão e de R$ 4,1 bilhões, aumento de 46,7% e de 41,1%, no trimestre e no ano, respectivamente. Adicionalmente, o Ebitda ajustado para fins de dividendos, conforme política de dividendos, apresentou aumento de 5,4% e de 26,2%, no trimestre e no ano, respectivamente.

Em 2021, com a rotação dos ativos transacionados de Transmissão, o Ebitda Ajustado para fins de dividendos, considerou o efeito da diferença da mais valia entre a contabilização efetuada no regulatório e no societário.

O resultado financeiro aumentou 28,9% e 83,0%, no trimestre e no ano, decorrente dos efeitos do aumento da taxa de juros, que impactaram positivamente na receita, influenciados também pelo maior saldo de caixa. Na despesa, o efeito da taxa de juros mencionada corroborou para o aumento dos encargos, além do aumento do saldo de dívida através das captações realizadas.

A companhia finalizou o ano com dívida bruta de R$ 14,3 bilhões, desconsiderando as dívidas dos ativos não consolidados, que representaram R$ 1,3 bilhão. O custo médio da dívida encerrou o ano em 12,8% a.a., em comparação aos 9,3% a.a. de 2021, levando em consideração os juros capitalizados das dívidas e os encargos.

A dívida líquida, considerando a geração operacional e os dispêndios de caixa no período, foi de R$ 10,1 bilhões, aumento de 27,7% em relação a 2021, decorrente do aumento da dívida bruta.

A relação dívida líquida/Ebitda dos ativos consolidados foi de 1,9 vez e de 2,0 vezes, considerando a participação em Jari, Cachoeira Caldeirão e São Manoel. Excluindo os efeitos não caixa dos últimos 12 meses, a relação dívida líquida/Ebitda ajustado seria de 2,4 vezes.

Os investimentos totalizaram R$ 670,2 milhões e R$ 2,3 bilhões, redução de 3,6% e de 6,8%, no trimestre e no ano, respectivamente, resultante da entrada em operação integral dos lotes de Transmissão, com exceção da EDP Transmissão Norte, que está em fase inicial de construção, e do lote 2, adquirido no último leilão.

DIVIDENDOS

A companhia confirmou o pagamento de Juros sobre capital próprio (JCP) no valor total bruto de R$ 651 milhões, equivalente ao valor de R$ 1,150641194 para cada ação ordinária (sendo o valor líquido de R$ 559,2 milhões), imputáveis aos dividendos.

Além disso, também pagará dividendos no valor de R$ 152 milhões, equivalente ao valor de R$ 0,269368549 para cada ação ordinária, a serem pagos sem ajuste aos acionistas titulares de ações ordinárias na data-base da Assembleia Geral da EDP Brasil, agendada para se realizar no dia 11 de abril de 2023.