São Paulo – A Eletrobras divulgou os resultados do terceiro trimestre do ano, com lucro líquido ajustado de R$ 1,477 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 0,1 milhão registrado no mesmo período do ano passado.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$ 4,815 bilhões, alta de 99% em comparação ao terceiro trimestre de 2023. A margem Ebitda ajustada passou de 30% para 55%, alta de 25 pontos percentuais.
A receita operacional líquida recorrente foi de R$ 8,749 bilhões, alta de 9% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado financeiro foi negativo em R$ 3,119 bilhões, ante um resultado negativo de R$ 1,819 bilhão no mesmo período do ano passado. O retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) atingiu 2,7%, queda de 1,7 p.p. em relação ao mesmo período do ano passado.
A dívida bruta alcançou R$ 70,5 bilhões, um aumento de R$ 13,8 bilhões em relação ao 2T23, impactada majoritariamente pelas operações de captação de recursos concretizadas pela Eletrobras, Furnas e CGT Eletrosul, bem como, pela consolidação do endividamento da SPE Teles Pires, efeitos que de modo composto agregaram um acréscimo de saldo devedor de aproximadamente R$ 13,7 bilhões frente ao trimestre anterior. Nota-se que tal posição do fim do terceiro trimestre de 2023 não considera a quitação realizada na primeira quinzena de outubro da Nota Comercial da Eletrobras, em montante aproximado de R$ 6,2 Bilhões, o que ocasionou redução posterior no endividamento consolidado da Eletrobras. Considerando a quitação, o prazo médio da dívida foi alongado em cerca de 6 meses e o seu custo foi reduzido em 21 bps, resultando em um custo médio de CDI + 1,0845% a.a. ao final do período. A relação dívida liquida/ EBITDA ajustado alcançou 2,0x.
Os investimentos totalizaram R$ 1,864 bilhão, 34% acima do segundo trimestre de 2023, nos 9M23, os investimentos totalizaram R$ 4,371 bilhão, um crescimento de 22% em relação aos 9M22, com destaque os investimentos em geração no valor de R$ 1,488 bilhão nos 9M23, e os investimentos de R$ 2,143 bilhões em transmissão nos 9M23.
A companhia registrou ainda a redução do estoque com empréstimo compulsório de R$ 3 bilhões, totalizando R$ 19 bilhões, além de eliminação de risco off balance de R$ 2,8 bilhões, sendo R$ 510 milhões em possível e R$ 2,3 bilhões em remoto.
A Eletrobras reduziu sua exposição à energia descontratada e ampliou o foco na estruturação da área de comercialização e na captação de novos clientes. A companhia passou de 34 consumidores finais no terceiro trimestre de 2022 para 228 no terceiro trimestre de 2023. A receita bruta de geração e transmissão teve aumento de 10% em relação ao mesmo período do ano passado, chegando a R$ 11,5 bilhões. A companhia tem 194 empreendimentos de transmissão de grande porte em implantação e prevê mais R$ 6,3 bilhões em Capex até 2027.
A companhia fechou o terceiro trimestre com 100 usinas, sendo 47 hidrelétricas, 43 eólicas 9 térmicas e 1 solar, considerando os empreendimentos Corporativos, Propriedade compartilhada e participações via SPEs.
A capacidade instalada atingiu 43.816 MW, considerando os empreendimentos Corporativos, Propriedade compartilhada e participações via SPEs, o que representa 22% do total instalado no Brasil. No 3T23, tivemos aumento de cerca de 928 MW de nossa capacidade instalada devido à incorporação de Teles Pires, parcialmente compensada pela redução de 127 MW da permuta da UHE Dardanelos com a Neoenergia. Do total da nossa capacidade instalada, cerca de 96% vêm de fontes limpas, com baixa emissão de gases de efeito estufa.
A capacidade Instalada Brasil foi de 195.767,64 MW, sendo 56% proveniente de fonte hidráulica, 24% de fonte térmica, 14% de fonte eólica, 5% de fonte solar e 1% de fonte nuclear. A Eletrobras é responsável por 22,2% do total da capacidade instalada do Brasil.
Em termos de evolução do mercado de energia, as Empresas Eletrobras venderam 32,8 TWh de energia, redução de 16,1% em comparação a 39,1 TWh negociados no terceiro trimestre de 2022, em especial no regime de O&M, em função do processo de descotização que ocorre de forma gradual em um período de 5 anos a partir de 2023, além de descontratações. Esses volumes incluem as energias vendidas das usinas sob o regime de cotas, renovadas pela Lei 12.783/2013, bem como pelas usinas sob regime de exploração (ACL e ACR).