São Paulo, 12 de dezembro de 2024 – A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) disse que se a taxa Selic estivesse no mesmo patamar previsto pelo mercado no início de 2024 (9,25%), o mercado potencial de emplacamento para 2025 seria de 3 milhões de unidades.
A entidade apresentou as seguintes projeções para 2025: o licenciamento de veículos leves deve crescer 5,8% em 2025, a 2,653 milhões de unidades, de 2,508 milhões de unidades em 2024; o licenciamento total de veículos deve crescer 5,6% em 2025, a 2,802 milhões de unidades, ante emplacamento total que deve fechar em 2,654 milhões de unidades em 2024; a exportação total de veículos deve crescer 6,2% em 2025, a 428 mil unidades, sendo 405 mil unidades em leves e 23 mil em pesados, ante 403 mil em 2024, sendo 381 mil leves e 22 mil pesados.
A produção total somará 2,749 milhões de uni em 2025, alta anual de 6,8%. Em 2024, a produção total será de 2,574 milhões de unidades.
A produção de veículos leves cresce 7,3% em 2025, a 2,580 milhões de unidades e a produção de pesados fica estável a 169 mil unidades em 2025 ante o mesmo número em 2024.
A Anfavea também apresentou os dados de desempenho em novembro e no acumulado do ano.
Os licenciamentos de automóveis e comerciais leves aumentaram 19,6% em novembro de 2024 na comparação com o mesmo mês do ano passado, a 241.463 unidades, informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Ante outubro, houve queda de 3,5%.
No acumulado do ano, os emplacamentos de leves somaram 2.243.785 de unidades, alta de 15,5% frente ao mesmo período de 2023.
Já os licenciamentos totais de veículos – que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – somaram 253.499 unidades em novembro, alta de 19,2% em base anual e queda de 4,3% na comparação com o mês anterior.
A venda de caminhões aumentou 10,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, com o emplacamento de 10.169 unidades e recuou 16,8% ante outubro deste ano. No acumulado do ano, por sua vez, houve crescimento de 16,2%, a 113.485 caminhões.
No setor de ônibus, os emplacamentos aumentaram 17,7% em novembro, em base anual, a 1.867 unidades. Em relação a outubro, a venda de ônibus teve queda de 27,5%. No acumulado do ano, houve alta de 6,6% a 20.203 unidades.
Depois de um início de ano pouco aquecido, houve um relevante aumento no ritmo de vendas de autoveículos a partir de junho, atingindo média de 13,3 mil unidades/dia em novembro, a maior em 10 anos. Assim, 2024 deverá fechar com 2,65 milhões de autoveículos emplacados, alta de 15% sobre 2023. Faltaram cerca de 130 mil unidades para que se superasse o total de 2019, último ano antes da pandemia.
No segmento de pesados, os caminhões tiveram ótimo desempenho, com alta estimada em 15%, enquanto os ônibus deverão fechar com crescimento de 8,5%. Ambos os segmentos voltaram ao ritmo tradicional de emplacamentos, após o período de transição das regras de emissões do Proconve.
Normalmente a segunda metade é mais aquecida, mas neste ano tivemos um segundo semestre fantástico, o melhor dos últimos dez anos, depois de um início de ano com alguns problemas, como greves em órgãos públicos, enchentes no Rio Grande do Sul, entre outros. Com isso, o Brasil foi o que mais cresceu entre os principais mercados do mundo. Esperamos começar o ano nesse ritmo acelerado e fazer de 2025 o último degrau antes da volta ao patamar dos 3 milhões de unidades vendidas, avalia o Presidente Márcio de Lima Leite.
Para o ano que vem, a ANFAVEA projeta vendas de 2,802 milhões de autoveículos, uma elevação de 5,6% sobre 2024. Na divisão por grandes segmentos, espera-se alta de 5,8% para automóveis e comerciais leves, e de 2,1% para veículos pesados.
Receita com exportação de veículos e máquinas sobe 33% em novembro
A receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 999,983 milhões em novembro, alta de 33% ante o mesmo mês do ano passado. Na comparação mensal, houve queda de 14,2%, segundo a Anfavea.
O presidente da Anfavea disse que houve estabilidade das exportações no ano (-0,3%) ante 2023.
De janeiro a novembro, receita com as exportações totais de veículos automotores e de máquinas agrícolas produzidas no Brasil somou US$ 9,9 bilhões, queda de 2,0% na comparação com o mesmo intervalo de 2023. O maior crescimento (+40%) foi registrado nas exportações para a Argentina.
Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, o Brasil está perdendo participação em países da América Latina e México para a China.
Desde 2022 esse indicador não apresenta evolução. E neste ano não será diferente, com um volume de embarques esperado de 402,6 mil unidades, leve recuo de 0,3% em relação ao ano anterior.
Além do encolhimento no mercado doméstico de importantes destinos, como Chile e Colômbia, houve uma sensível perda de participação dos produtos brasileiros no México. Em contrapartida, a Argentina retomou do México o posto de principal parceiro comercial do nosso país.
Depois de um primeiro semestre aquém das expectativas, as exportações começaram a subir partir de julho. Destaque para a recuperação dos embarques para a Argentina com crescimento de 39%, e Uruguai, com elevação de 14%.
Para 2025, a projeção da ANFAVEA é de exportações totais de 428 mil unidades, alta de 6,2% na comparação com 2024.
Produção de veículos leves aumenta 15,6% em novembro, na base anual
A produção de veículos leves atingiu 220.532 unidades no mês de novembro, apontando uma alta de 15,6% ante o mesmo mês de 2023. Na comparação com outubro, houve baixa de 4,9%, de acordo com a associação.
Já a produção total de veículos – que inclui automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus – foi de 236.146 unidades em novembro, crescimento de 16,5% em base anual e, redução de 5,2% em base mensal.
No acumulado do ano, a produção total cresceu 9,6% para 2.359.464 unidades, enquanto a produção de veículos leves nos 11 meses deste ano cresceu 7,9% para 2.202.836 unidades.
O ano que se encerra foi marcado por forte crescimento de vendas no segundo semestre, o que impulsionou a produção de autoveículos a um nível acima do projetado inicialmente. Na comparação do segundo com o primeiro semestre, a produção cresceu 26,2%, os emplacamentos 32% e as exportações 44,2%, informou a Anfavea.
Apesar do crescimento de 15% do mercado interno, a produção deve subir neste ano 10,7% sobre 2023, com 2,574 milhões de autoveículos deixando as linhas de montagem brasileiras. O que explica esse gap é a estagnação das exportações e sobretudo a alta impressionante do ritmo de importações.
O salto das vendas de modelos estrangeiros no ano, acima de 31,5% (463 mil unidades no total), foi puxado por veículos vindos de fora do Mercosul, sobretudo da China. A participação de 17,4% dos importados nos emplacamentos é a maior dos últimos 10 anos, sendo que 1/3 foi trazido por empresas que não produzem no Mercosul. Este desequilíbrio na balança comercial, por conta de baixo Imposto de Importação para elétricos e híbridos, impediu que fabricantes de veículos aqui instalados obtivessem uma recuperação ainda mais robusta, analisa Márcio de Lima Leite.
Para o próximo ano, a expectativa da ANFAVEA é um crescimento de 6,8% no volume de produção, o que representa 2,749 milhões de unidades. Essa alta deverá ser concentrada totalmente em veículos leves, com 7,3%. Para caminhões e ônibus, a previsão é de uma produção no mesmo patamar de 2024 169 mil unidades.
Número de postos de trabalho sobe 0,7% em novembro, em base mensal
A quantidade de postos de trabalho na indústria automotiva subiu 0,7% em novembro, na comparação com outubro deste ano, para 108.050 posições. Em novembro do ano passado, as contratações totalizaram 101,2 mil pessoas, segundo a Anfavea.
Em todo o ano, a Anfavea totaliza 100 mil empregos gerados na cadeia automotiva.
De janeiro a dezembro foram criadas 10 mil vagas diretas nas nossas empresas e 1,3 milhão de empregos é o total pelo qual a cadeia automotiva é responsável, segundo a Anfavea.
No total, nosso setor é responsável por 1,3 milhão de empregos de alta qualificação, e esperamos que o atual ciclo de investimentos anunciado, de R$ 130 bilhões, abra ainda mais postos de trabalho não só na linha de montagem, mas também em algo estratégico para o país, que é pesquisa e desenvolvimento, conclui o Presidente da ANFAVEA.
ACORDO MERCOSUL-UE
O acordo entre Mercosul e a União Europeia ainda não foi assinado, mas sinaliza para um ‘ganha-ganha’, na avaliação do presidente da Anfavea. Com as flexibilidades previstas pelo acordo, a entidade avalia que deve trazer benefícios, como na parte fiscal, mas não com impacto a curto prazo.