Em clima negativo, investidores preferem Itaú e BTG no setor financeiro, diz JP Morgan

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São Paulo – O time de analistas do setor financeiro da América Latina do JP Morgan comenta que tiveram reuniões nos últimos dias com investidores brasileiros e que o clima foi “muito negativo”, provavelmente o mais negativo dos últimos 12 meses. Em várias reuniões, eles ouviram que todas as ações estão “baratas” e que, embora muitos clientes concordem que alguns bancos e seguradoras deveriam ter um bom desempenho em ambientes de taxas mais elevadas, o pessimismo é impulsionado pelo ruído político, pelo desempenho de nomes sensíveis às taxas e por resgates em andamento da indústria.

“Dado que as avaliações estão próximas dos mínimos recentes, a esperança da maioria dos investidores locais permanece sobre quando e se os investidores estrangeiros se tornarão mais construtivos, o que parece difícil de responder, dada a recente liquidação noutras geografias emergentes”, opinam os analistas Yuri Fernandes,, Guilherme Grespan, Marlon Medina e Fernanda Sayão, do JP Morgan, em relatório divulgado ontem (10).

Neste cenário, a maioria dos clientes do banco está posicionada em Itaú e BTG Pactual, consideradas “ações para todos os climas”, segundo o relatório do JP Morgan. Já o Nubank, embora também seja um tema comum, não é tão consensual entre os locais, como já observado pelos analistas em encontros anteriores. Eles também mencionam que, desta vez, viram mais investidores interessados no Inter e em companhias dos setores de meios de pagamento e seguros, enquanto XP e B3 considerados nomes mais dependentes de taxas estão preteridas para a maioria.

“Sempre difícil acessar o sentimento, mas acreditamos que a tendência de alta em relação à XP migrou para Stone em algum momento e agora pode estar migrando para o Inter. Bradesco, Banco do Brasil e Santander também foram discutidos em algumas reuniões, mas com opiniões menos consensuais”, comentam os analistas do JPM.

Nesse cenário, o JP Morgan mostra preferência pelo Itaú no setor, devido ao rendimento de dividendos de aproximadamente 9% e múltiplo P/E de 6,8x 25E.