Em Davos, CEO da JBS fala em apoio a produtores rurais para enfrentar aquecimento global

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São Paulo – O CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, participou nesta quarta-feira, 18, do painel Why Lands Matters, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Ao lado de representantes do poder público, do terceiro setor e de instituições financeiras, o executivo defendeu que o caminho para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, de forma a frear o aquecimento global e ampliar a produção de alimentos, é oferecer suporte técnico e financeiro para produtores rurais, em especial os pequenos.

“Precisamos nos concentrar em apoiar os agricultores, com partilha de conhecimentos e acesso ao crédito para fazer a transição para uma produção mais sustentável. Assim, eles poderão produzir mais, ser mais eficientes, aplicando a tecnologia existente”, ressaltou Tomazoni, durante o painel do qual participaram também Jennifer Morris, CEO da The Nature Conservancy, Stefaan Decraene, presidente executivo do Conselho do Rabobank Group, Maria Susana Muhamad, ministra do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável da Colômbia, e Jack Hurd, diretor executivo da Tropical Forest Alliance, além da mediação de Jamie Heller, editora do The Wall Street Journal.

Tomazoni destacou que, no Brasil, já existem soluções para promover uma agropecuária mais produtiva e sustentável, como a recuperação de pastagens degradadas. “Numa mesma área, você pode ampliar em 10 vezes a produção de alimentos e ainda capturar mais carbono da atmosfera. Imagina o benefício disso para a renda do produtor”, comentou.

Na visão do CEO, porém, além de levar essas técnicas produtivas até os fazendeiros, é preciso oferecer crédito para que as coloquem em prática. “Hoje, menos de 2% do financiamento destinado ao enfrentamento das mudanças climáticas vai para esse público. Temos de mudar isso com urgência”. O executivo também destacou a importância de segmentar os produtores, para oferecer apoio e serviços de acordo com cada necessidade.

Como parte da solução para o melhor uso da terra, Tomazoni apresentou o exemplo do Fundo JBS pela Amazônia, que apoia técnica e financeiramente projetos locais que visam ao desenvolvimento sustentável da Amazônia, indo além da própria cadeia de valor da empresa. Para o executivo da JBS, é preciso criar uma rede de solidariedade, porque promoção social e prática sustentável caminham lado a lado.

Por fim, Tomazoni enfatizou que os setores público, financeiro e produtivo, além do terceiro setor, precisam se unir para construir essa solução climática, garantindo que os recursos cheguem aos pequenos produtores, sem em hipótese alguma deixar de lado a preocupação com a segurança alimentar da crescente população mundial. “Se trabalharmos coletivamente para apoiar os agricultores, podemos produzir mais, reduzir as emissões e proteger os nossos recursos naturais”, concluiu.

A 53 edição do Fórum Econômico Mundial debate o tema ‘Cooperação em um mundo fragmentado’, entre os dias 16 e 23 de janeiro, para reafirmar o valor do diálogo e da cooperação público-privada e impulsionar uma mudança positiva a longo prazo. O evento reúne lideranças globais de vários segmentos que debatem maneiras de restabelecer um senso coletivo de agência e transformar medidas defensivas em políticas proativas e orientadas para a visão e estratégias de negócios.