Em pregão parado, Bolsa e dólar fecham em tímida alta com ausência dos EUA; liquidez reduzida

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São Paulo- A Bolsa fechou em leve alta, em um pregão parado por falta de referência do mercado americano em razão do feriado em comemoração ao Memorial Day, o que comprometeu a liquidez.

As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram com petróleo e os investidores ficam na expectativa para entrevista da nova presidente da companhia Magda Chambriard, após o fechamento.

O mercado fica no aguardo de indicadores importantes no Brasil e nos Estados Unidos. Amanhã (28) é dia de IPCA-15 aqui e na sexta-feira sai a inflação PCE da maior economia do mundo.

As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiram 1,01% e 1,09%. A Vale (VALE3) oscilou ao longo do dia e fechou em alta de 0,33%. O destaque de alta ficou para o Pão de Açúcar (PCAR3) com 2,64%.

O Magazine Luiza (MGLU3) recuou 0,37% refletindo o grupamento das ações, na proporção 10 para 1 ou seja quem tinha 10 ações agora uma.

O principal índice da B3 subiu 0,15%, aos 124.495,68 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho fechou em alta de 0,35%, aos 124.925 pontos. O giro financeiro foi de R$ 10,2 bilhões.

Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital, disse que em dia de agenda fraca e feriado nos Estados Unidos, o Ibovespa opera instável.

“Hoje a gente não teve grandes emoções no Ibovespa na sessão de hoje, principalmente dada a ausência de fluxo estrangeiro e sem nenhum dado importante, o que fez o mercado trabalhar de uma forma mais tranquila ao longo do dia. Com o petróleo em alta acabou impulsionando Petrobras”.

A Raízen (RAIZ4) liderava a alta do Ibovespa em 2,47%. Na sexta-feira, a empresa inaugurou uma nova instalação para a produção de etanol, de segunda geração, em Guariba, em São Paulo, com investimento de R$ 1,2 bilhão.

“Um ponto interessante é que 80% dessa produção já está contratada. Então, isso acabou trazendo um tom mais otimista para a companhia”, disse Iarussi.

Ubirajara Silva, gestor de renda variável independente, disse que a Bolsa instável em uma semana curta com feriado hoje nos Estados Unidos e em Londres e na quinta-feira (30) aqui.

“Com os feriados, os volumes devem ser comprometidos. Serão divulgados dados importantes ao longo da semana, como PIB americano na quinta (30) e PCE (inflação) na sexta-feira (31) para a gente saber os próximos passos do Fed, sendo que o mercado já migrou para um corte [de juros] este ano. Aqui o Congresso trabalha até quarta-feira (29), mas o mercado segue preocupado com o fiscal depois da declaração do Haddad criticando a meta de inflação. A desancoragem da meta IPCA depois do Copom gerou estresse adicional no mercado e amanhã tem IPCA-15. Vale destacar a performance da Petrobras, o mercado deve acompanhar de perto a primeira fala [hoje após fechamento] da nova presidente da empresa [Magda Chambriard]; siderurgia e mineração estão caindo e grandes bancos também, só Banco do Brasil na contramão. As empresas ligadas ao mercado interno recuam com a preocupação da desancoragem da inflação e fiscal”.

O dólar comercial fechou em alta de 0,07%, cotado a R$ 5,1717. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a baixa liquidez gerada pelo Memorial Day, feriado nos Estados Unidos.

Segundo o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “a segunda-feira é marcada pela liquidez reduzida devido aos feriados em Nova Iorque e Londres, que afastam os investidores da tomada de risco.

“Com o mercado de Treasuries fechado hoje e, em dia de baixa liquidez, o dólar opera de lado, sem direções para seguir”, segundo explicou o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecham em queda, após falas otimistas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que fez uma fala durante almoço empresarial na Lide.

Por volta das 17h (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2025 tinha taxa de 10,375%, de 10,405% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2026 projetava taxa de 10,740% de 10,805%, o DI para janeiro de 2027 ia a 11,040%, de 11,105%, e o DI para janeiro de 2028 com taxa de 11,305% de 11,305 na mesma comparação.

 

Com Paulo Holland, e Camila Brunelli / Agência Safras News