Em reunião com Petrobras, transição foca na tributação, comercialização e abastecimento de combustíveis

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São Paulo – A Petrobras garantiu que está monitorando o estoque operacional de combustíveis para essa virada de ano, informou o subgrupo de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Grupo de Trabalho de Minas e Energia do governo federal eleito para 2023, após em reunião presencial realizada nesta segunda-feira na sede da empresa, no Rio de Janeiro (RJ).

Na reunião de hoje, nós fizemos alguns questionamentos em relação à política de estoques operacionais da estatal. Teremos um inverno rigoroso e crise de preços na Europa. A Petrobras afirmou que está monitorando e tomando providências em relação ao estoque nacional de combustíveis para esse período, disse o senador Jean Paul Prates (PT-RN), coordenador do subgrupo e cotado para assumir a presidência da Petrobras.

Prates afirmou ainda que foram feitos vários questionamentos sobre a política de preços de paridade internacional (PPI) e sobre o acordo da Petrobras com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que levou à venda oito refinarias da estatal.

Também foram debatidas as políticas de refino, abastecimento e logística da empresa. “A Petrobras afirmou que passou a usar ferrovias e a desenvolver uma logística para atender o mercado do interior do pais, principalmente o mercado do agronegócio e os distribuidores regionais, explicou.

Esta foi a segunda reunião do grupo de transição com a Petrobras. Na semana passada, houve um outro encontro virtual.

Amanhã (6/12), o grupo terá nova reunião com a empresa. Na ocasião, eles discutirão a política de desinvestimento e o plano estratégico da empresa, aprovado na semana passada. Nossa missão é trazer as informações para o time da transição e para o presidente Lula. Não estamos fazendo auditoria interna da estatal e não queremos divulgar os dados confidenciais e estratégicos da empresa, reforçou Prates.

Além do coordenador do subgrupo, senador Jean Paul Prates, estiveram presentes nas atividades no Rio de Janeiro, o coordenador do GT de Minas e Energia, Maurício Tolmasquim; Rodrigo Leão, Deyvid Bacelar e Magda Chambriard, membros do subgrupo. A Petrobras foi representada por Claudio Mastella (Diretor de Comercialização e Logística), Sandro Barreto (Gerente Executivo de Comercialização no Mercado Interno), Marcio Luz (tributarista) e pela advogada geral, Taísa Maciel.

Segundo Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), o plano estratégico da Petrobras 2023-2027, divulgado pela atual administração da empresa, será revisto pelo novo governo, dando ênfase, entre outras coisas, ao aumento da capacidade interna de refino, a fim de que o Brasil caminhe também para autossuficiência em combustíveis e até para ser exportador de derivados de petróleo.

Em relação à revisão do plano pelo governo eleito, o diretor de governança e conformidade, Salvador Dahan, disse na teleconferência de apresentação do plano de negócios realizada na semana passada, que “o plano é construído em muitos meses de trabalho e que o acionista controlador poderá intervir e o plano poderá ser revisto, mas isso deve seguir as regras de funcionamento da companhia.”

Nesta segunda-feira, as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) fecharam em queda de 1,34% e 1,11%, a R$ 29,23 e R$ 25,62. O Ibovespa caiu 2,25%.