Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu, nesta quarta-feira, apoio dos parlamentares para a aprovação das propostas apresentadas pelo Palácio do Planalto. Além de medidas provisórias editadas nestes 45 dias de governo, a equipe econômica prepara as propostas da reforma tributária e do arcabouço fiscal. “Vou precisar de todos os deputados para que a gente possa fazer as mudanças que temos de fazer no país”, afirmou.
Lula vistoriou a duplicação da BR-101, em Maruim (SE), e depois participou do evento em que foi anunciada a retomada de obras rodoviárias no país. O presidente agradeceu o apoio do Congresso Nacional na aprovação da PEC da Transição, que liberou R$ 145 bilhões do teto de gastos públicos, permitindo a retomada das obras.
“Daqui de Maruim, quero dizer ao povo brasileiro que eu estou anunciando que mais de 14 mil obras, que ficaram paralisadas neste país nos últimos seis anos, vão voltar a funcionar, porque o brasil precisa crescer, gerar emprego, gerar renda, gerar consumo, gerar educação e gerar melhorias na qualidade de vida das pessoas”, afirmou
“Vou provar que o problema deste país nunca foi o povo pobre. O povo pobre sempre será a solução quando ele estiver colocado no orçamento da União”, completou.
BOLSA FAMÍLIA
Lula disse que, na próxima semana, vai anunciar o novo Bolsa Família com benefício de R$ 600 mais R$ 150 por criança de até seis anos de idade. O programa, que substituirá o Auxílio Brasil, está sendo formatado pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.
Além dos valores, está certo que o programa vai voltar a exigir a frequência dos beneficiários em idade escolar, a carteira de vacinação de acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI) e os exames pré-natais das gestantes atendidas pelo Bolsa Família. O Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) será atualizado.
No discurso, Lula disse que, para retomada das obras e aprimoramento do Bolsa Família, teve de começar a governar antes de tomar posse, no último dia 1º de janeiro, numa referência à PEC da Transição, proposta em dezembro do ano passado pelo governo eleito.
“Nós vamos provar que, em quatro anos, a gente vai fazer muitas vezes mais do que o ‘coiso’ que saiu agora. Não teve nem coragem de me colocar a faixa. Foi embora antes, de medo, porque sabia que iríamos trabalhar e fazer deste país, não o país da mentira, mas o país do trabalho, não o país da mentira, mas o país da educação”, afirmou Lula, referindo-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
PÉ DE JABUTICABA
O presidente prometeu cuidar da população brasileira. “Vamos cuidar das nossas crianças, das nossas mulheres, dos nossos trabalhadores”, afirmou. “Isto que estou fazendo aqui é apenas o começo. Se preparem, porque meu compromisso é fazer este país voltar a viver feliz, alegre, sorrir. Que este país tenha emprego e não mentira, que este país tenha amor e não ódio, que este país possa ser um país verdadeiro”, completou.
Lula fez uma comparação do tempo de maturação do governo com o crescimento de um pé de jabuticaba. “A gente planta, mas não consegue comer a jabuticaba no mesmo dia. É preciso ter água, é preciso ter sol para que, depois de um certo tempo, a gente possa comer a jabuticaba antes dos marimbondos ou dos passarinhos”, afirmou.
“Eu quero dizer para vocês que o nosso pé de jabuticaba foi plantado e nós vamos começar a comer o resultado do nosso trabalho, o resultado daquilo que a gente plantou, o resultado daquilo que é interesse da sociedade”, completou.
No encerramento do discurso, Lula afirmou que os nordestinos deram “uma lição de democracia no país” e se curvou diante dos presentes no ato.