Emplacamento de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus cresce 6,3% em junho, diz Fenabrave

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Modelo Tang, da BYD, montadora chinesa de veículos elétricos | Foto: Divulgação/BYD

São Paulo – A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), associação que representa 7,4 mil concessionarias, informou que os emplacamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus aumentaram 6,3% em junho em relação a maio. O crescimento ocorreu mesmo com menor número de dias úteis em relação ao mês anterior (20 dias em junho, ante 21 em maio), o que demonstra o aquecimento do mercado.

Segundo o comunicado, os emplacamentos refletiram o impacto do crédito mais abundante e melhor índice de confiança por parte dos consumidores e empresários, apresentando alta, tanto em junho como no acumulado do primeiro semestre de 2024. No acumulado até junho, o desempenho é o melhor para o período desde 2014.

“Foi um resultado consistente, já que tanto volume total como a média diária de vendas cresceram. À exceção dos comerciais leves, todos os segmentos tiveram alta na comparação com o mês anterior. O crédito tem tido um papel importante neste resultado”, afirmou Andreta Jr., presidente da Fenabrave.

Andreta ressaltou ainda que, com a sanção da lei que regulamenta o Programa Mover, as montadoras deverão se sentir estimuladas a investir em novos produtos, o que deverá impactar, consequentemente, nas vendas, nos próximos anos. As montadoras inscritas no Programa já anunciaram investimentos em torno de R$ 130 bilhões até 2032.

Considerando o desempenho dos segmentos neste primeiro semestre, a Fenabrave revisou suas estimativas para o ano de 2024. O setor como um todo deverá crescer 16,7% ante os 13,5% estimados, em janeiro, pela entidade. No segmento de automóveis e comerciais leves, a previsão é uma alta de 15%, contra uma expectativa inicial de 12%.

MOVER

Construído pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em parceria com os ministérios da Fazenda e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Mover visa expandir os investimentos em eficiência energética. Ele prevê limites mínimos de reciclagem na fabricação dos veículos e a criação do IPI Verde, um sistema no qual quem polui menos paga menos imposto.

O Mover prevê um total de R$ 19,3 bilhões de créditos financeiros entre 2024 e 2028, que podem ser usados pelas empresas para abatimento de impostos federais em contrapartida a investimentos realizados em P&D e em novos projetos de produção.

Com a sanção do Mover, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) voltou a receber pedidos de habilitação, que ficou suspensa após a expiração, no dia 1 de junho, da Medida Provisória que criou o programa.

Até o momento, já foram habilitadas no programa 89 empresas, de nove estados. Destas, 70 são para unidades fabris que já produzem autopeças; 10 de veículos leves; seis de veículos pesados no Brasil; dois são serviços de P&D; e uma é para projeto de relocalização de uma fábrica de motores da FCA Fiat Chrysler, vinda de outro país, com investimento previsto de R$ 454 milhões e geração de 600 empregos diretos.