São Paulo, 8 de outubro de 2024 – Durante a cerimônia de sanção presidencial da lei do Combustível do Futuro, nesta terça-feira, em Brasília, foram anunciados compromissos de investimentos privados da ordem de R$ 21 bilhões em novos projetos para produzir biocombustíveis. Segundo projeções do Ministério das Minas e Energia, coordenador das políticas transversais neste segmento, o total de investimentos vai atingir R$ 200 bilhões nos próximos anos.
A Raízen investirá R$ 11,5 bilhões na implantação de nove plantas de etanol de segunda geração (E2G), e a Inpasa se comprometeu a investir R$ 3,4 bilhões nos próximos 18 meses, com o montante sendo distribuído entre duas plantas de etanol e a construção de uma biorrefinaria em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia.
Além disso, o Grupo Potencial anunciou investimentos de R$ 3 bilhões na cadeia de produção do biodiesel, com destaque para a ampliação da planta de Lapra, no Paraná, que vai se tornar a maior produtora de biodiesel em planta única do mundo em função do investimento.
Já o Grupo FS vai implantar uma planta de captura e estocagem de carbono (CCS) associada ao etanol, em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso. Também investindo em planta de biodiesel, em Uberaba (MG), a Be8 se comprometeu a investir R$ 400 milhões no projeto.
As empresas Virtu GNL, Eneva e Edge assinaram carta de compromisso para criação de um corredor verde para transporte de gás natural liquefeito (GNL), com investimentos de R$ 1,3 bilhão ainda na primeira etapa, que terá 3.000 quilômetros de extensão e ligará o Porto de Santos (SP) ao Porto de São Luís (MA). Para a implantação de um centro de pesquisa em bioenergia, a Shell em parceria com Raízen e SENAI/SP -, investirá R$ 120 milhões.
A nova Lei do Combustível do Futuro articula-se com outros projetos do atual Governo, como o Nova Indústria Brasil e o Mover que, já em funcionamento, dão estrutura ao desenvolvimento de novos mercados e ampliação de produtos por parte de empresas.
Liderança Verde Brasil Expo
A assinatura da lei do Combustível do Futuro foi realizada durante a feira “Liderança Verde Brasil Expo”, que reúne as maiores empresas públicas e privadas do setor de biocombustíveis, gás e energia elétrica e contou também com uma grande exposição de equipamentos e veículos que utilizarão tecnologias lideradas pela indústria brasileira na área de transportes e mobilidade, como o SAF e o BioGLP, produzido a partir de matérias-primas renováveis.
Na exposição, os visitantes puderam ver aeronaves das gigantes aéreas Azul, Latam e GOL, e automóveis de grandes montadoras, como Mercedes-Benz, Toyota, Volvo, Renault e Volkswagen. Durante visita à exposição, o presidente Lula e o ministro Alexandre Silveira assinaram uma aeronave da Azul, batizada de Potência Verde e Azul. Ao todo, são mais de 60 veículos expostos no pátio da Base Aérea de Brasília, entre eles, caminhões, tratores, escavadeiras, colheitadeiras, ônibus e veículos de passeio.
Em stands na área interna, estiveram representadas empresas e associações do setor energético, como a Associação Brasileira do Biogás (ABiogás), Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) e Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), reforçando o compromisso das indústrias brasileiras com a descarbonização.
CEO da Unica estima investimentos de R$ 130 bi nos próximos anos
O presidente e CEO da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), Evandro Gussi, comemorou a sanção do projeto Combustível do Futuro, nesta terça-feira, em Brasília, e anunciou uma estimativa de R$ 130 bilhões em investimentos em biocombustíveis. A lei que cria o programa será sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira (8/10), na Base Aérea de Brasília, em cerimônia com o ministro Alexandre Silveira.
Estimamos investimentos de mais de R$ 130 bi nos próximos anos em biocombustíveis. O governo deu celeridade à tramitação do projeto Combustível do Futuro, disse o executivo, em discurso na cerimônia na Base Aérea de Brasília.
Para ele, o presidente Lula plantou sementes há 20 anos atrás e hoje dá frutos de uma árvore frondosa. Esse projeto faz com que o mundo tenha muito o que aprender com o Brasil.
Aqui, o combustível não é produzido a custa de desmatamento e não competidor de produção de alimentos. Temos algo que países como Estados Unidos e India querem aprender conosco. Por isso o senhor construiu a Aliança pelos Biocombustíveis, acrescentou Gussi.
Ele também destacou as ações do governo no evento com ministros do G20 sobre transição energética, realizado na semana passada em Foz do Iguaçu (PR).
O ministro [de Minas e Energia] Alexandre Silveira trouxe uma vitória que não esperávamos. Os ministros do G20 assinaram carta para construir arcabouço sobre o combustível sustentável, disse Gussi.
O presidente da Unica também citou iniciativas do vice-presidente Alckmin no governo do estado SP
A história dos biocombustíveis começou com o Alckmin, com a alíquota de ICMS do etanol. Não temos que olhar as coisas pela pequenez dos eventos.
Com informações da Assessoria Especial de Comunicação Social do MME.
Cynara Escobar – cynara.escobar@cma.com.br (Safras News)
Copyright 2024 – Grupo CMA