Empresas norte-americanas devem se recuperar mais rápido que previsto

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São Paulo – A recuperação nos resultados das empresas dos Estados Unidos deve ser maior que a esperada por causa da “alavancagem operacional” destas companhias, que tiveram de reduzir o quadro de funcionários e terão menos custos com mão de obra daqui para frente, disse o banco Morgan Stanley em um relatório.

“O trabalho é o custo número um para a maioria das empresas, e a característica que distingue as recessões é o aumento acentuado do desemprego. Desta vez, o desemprego saiu de uma mínima recorde de 3,5% para quase 15% em apenas dois meses”, disse o Morgan Stanley no documento.

“Tipicamente, leva de um a dois anos para a taxa de desemprego atingir este pico num ciclo.. Além disso, o aumento no desemprego foi duas vezes maior que o normal, o que deve deixar a estrutura de custo mais magra que de costume na saída da recessão”, acrescentou.

“A alavancagem operacional, portanto, pode ser particularmente explosiva desta vez, conforme a economia e as vendas se recuperarem. Do ponto de vista dos investimentos, isto significa que o lucro de muitas empresas e do índice em geral voltarão a máximas anteriores muito mais rápido do que a maioria dos analistas prevê”, disse o banco.

“Em resumo, achamos que a recuperação em V nos mercados se antecipa à recuperação em V na economia e nos lucros”, acrescentou, ressaltando, porém, que há riscos a esta perspectiva – que vão desde uma segunda onda incontrolável de contaminação pela covid-19 até a eleição de um presidente considerado pouco amigável para os mercados nos Estados Unidos.

“O maior e mais notável risco, do nosso ponto de vista, é que a extensão do pacote de estímulo fiscal sendo debatido no Congresso desaponte. Há pouca dúvida de que a recuperação nascente, embora pareça melhor que a esperada até agora, ainda precisa de um apoio para alcançar uma trajetória autossustentável”, afirmou o Morgan Stanley.