Enel confirma que 36 mil continuam sem luz na cidade de São Paulo

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Foto: Divulgação/Enel.

São Paulo, 17 de outubro de 2024 – O presidente da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre, disse em entrevista coletiva nesta manhã que 36 mil clientes estão sem energia na cidade de São Paulo, e que este número significa uma operação muito próxima da normalidade na cidade.

“Temos 8,2 milhões de clientes. Numa operação normal oscila entre esse patamar 36 ou até um pouco mais. Continuamos nossa força de tarefa mobilizada, atuando em campo. É possível que tenham casos de clientes mais antigos e esses são os prioritários que vamos estabelecer agora. Neste momento, estamos mantendo nossa operação como se ainda estivéssemos em crise, apesar de não estarmos mais em crise”, disse o presidente da companhia.

Segundo Lencastre, a empresa vai dobrar o número de podas de árvore em 2024 em comparação ao ano passado. Ele ressaltou que a Enel assumiu a energia na capital paulista em 2018, e que cinco anos antes da Enel entrar em São Paulo, a média de investimentos era de 800 milhões por ano. “Quando assumimos, os investimentos médios foram de R$ 1,4 bilhão e que a partir deste ano, e nos próximo dois anos, os investimentos serão, em média, de R$ 2 bilhões por ano”, ressaltou Lencastre.

“Os investimentos precisam de um tempo para dar resultado, e nós estamos fazendo investimentos. Além disso, como medidas adicionais, nós duplicamos o números de podas de árvores, dobrando o número de podas de árvore em 2024 em comparação ao ano passado. Também estamos fazendo projetos específicos para resiliência de rede, em alguns bairros, para mostrar um projeto piloto de como podemos ter uma rede mais resiliente, mas isso precisa ser endereçado no nosso contrato de concessão. O setor de distribuição no Brasil precisa ter um olhar mais construtivo”, destacou Lencastre.

Ele ressaltou ainda que a previsão climática passa a ser essencial para ter maior previsibilidade, maior prontidão e que, investimento em resiliência, também passa por um processo de investimento da companhia, mas também de adaptação de todos, da sociedade, dos órgãos públicos e da companhia.

AUDITORIA

Na última terça-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à Controladoria-Geral da União (CGU) que faça uma auditoria completa no processo de fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O objetivo é descobrir o que está sendo feito em relação à concessionária Enel, desde o que aconteceu no ano passado (quando a região também sofreu com apagões), e em relação às medidas que deveriam ter sido adotadas e que não foram adotadas, até o que vai acontecer daqui para frente.

O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, disse que “o momento de transição climática vai exigir que, cada vez mais, as concessionárias, o Estado, nos três níveis da federação, e suas agências reguladoras devem estar municiadas com os instrumentos necessários para lidar com esse tipo de situação e garantir que os cidadãos afetados sejam respeitados em seus direitos”.

O Advogado-Geral da União, Jorge Messias, disse que há um pedido feito pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em abril e reiterado em maio deste ano para que a Aneel dê sequência ao processo administrativo sancionador em razão da insuficiência da prestação do serviço, e o que o trabalho de auditoria da CGU na Aneel vai acompanhar o cumprimento desse pedido. “Esse é o elemento central. O que aconteceu de fato com o pedido que foi formulado pelo ministro de Minas e Energia à Aneel em relação a esta empresa? Esta é uma questão central, que cabe agora à AGU investigar”.