São Paulo, SP – A Eneva divulgou ontem (23) o balanço do quarto trimestre de 2022, com prejuízo líquido de R$ 193 milhões, revertendo lucro líquido de R$ 489 milhões alcançado no último trimestre de 2021.
O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente chegou a R$ 769,5 milhões, alta de 11,7% em relação ao quarto trimestre de 2021.
Segundo a companhia, o resultado é reflexo, principalmente, da conclusão das incorporações dos ativos operacionais UTE Fortaleza e da UTE Porto de Sergipe I, respectivamente, que adicionaram um total de R$ 454,0 milhões de EBITDA no período. Adicionalmente, a entrada em operação comercial da UTE Jaguatirica II em 2022 contribuiu com um EBITDA de R$ 25,2 milhões, ao passo que as operações de exportação de energia para a Argentina totalizaram um EBITDA de R$ 96,9 milhões no período.
O crescimento foi parcialmente mitigado pelos efeitos da redução do despacho em todas as usinas (30% no 4T22 versus 75% no 4T21), com variação total de R$ 400 milhões, reduzindo a receita variável nos segmentos de geração a gás próprio e geração a carvão; e do aumento das despesas exploratórias e gerais e administrativas.
O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 395,4 milhões, versus o resultado negativo de R$ 152,2 milhões no mesmo período do ano anterior. Essa variação resulta, principalmente, do aumento de R$ 225,3 milhões em despesas com juros sobre debêntures, decorrente do aumento do volume de debêntures no endividamento total da companhia com as novas emissões realizadas pela Eneva S.A., com a incorporação do portfólio de debêntures da CELSE após o closing da operação, além do início da classificação no resultado financeiro das despesas financeiras de projetos que entraram em operação em 2022.
O fluxo de caixa operacional (FCO) totalizou R$ 441,2 milhões, alavancado pelo resultado operacional do trimestre, mas parcialmente mitigado pelo impacto negativo da variação de capital de giro no período. Já o fluxo de caixa de atividades de investimento (FCI) totalizou saída de caixa total de R$ 5,83 bilhões.
Os investimentos da companhia totalizaram R$ 694,7 milhões no quarto trimestre de 2022. Deste montante, 22% foi destinado à conclusão da construção da usina solar Futura 1. No trimestre, foi finalizada a instalação dos módulos dos inversores e das canaletas de drenagem, realizou-se a energização do trafos da subestação, e conclui-se o comissionamento da planta. A usina aguarda agora apenas a aprovação regulatória para iniciar a operação comercial.
Ao final de dezembro de 2022, a dívida bruta consolidada (líquida do saldo de depósitos vinculados aos contratos de financiamento e custos de transação) totalizava R$ 18,6 bilhões, comparada à dívida de R$ 14,6 bilhões registrada no terceiro trimestre de 2022, e de R$ 7,74 bilhões registrada no final de dezembro de 2021.
Segundo a companhia, esse aumento foi principalmente em função da conclusão do processo de aquisição CELSE, com a consolidação das dívidas da adquirida na Eneva S.A. O prazo médio de vencimento da dívida consolidada era de cerca de 5,5 anos. A posição de caixa e equivalentes fechou em R$ 2 bilhões e alavancagem (dívida líquida/EBITDA últimos 12 meses) de 4,8x.