Entidades defendem processo eleitoral brasileiro e urnas eletrônicas, após ataque de Bolsonaro

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Brasília – Depois que o presidente Jair Bolsonaro atacou o sistema eleitoral brasileiro, na reunião com embaixadores estrangeiros, na última segunda-feira, cresceu o movimento em defesa das urnas eletrônicas e da Justiça Eleitoral. Mais de 40 entidades se manifestaram nos últimos dias reafirmando a segurança do sistema de votação eletrônico adotado pelo país desde 1996.

A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Agência Brasileira de Inteligência (Intelis) assegurou, em nota pública, não haver registro de fraude nas urnas eletrônicas desde a implantação do atual sistema, há 26 anos. Na reunião, Bolsonaro disse aos embaixadores haver indícios de fraude nas eleições de 2018, mas não apresentou provas. Segundo o presidente, os eleitores digitavam 17 – número de seu partido naquelas eleições -, mas aparecia 13 (número do PT).

Segundo a Intelis, nesse período de uso das urnas eletrônicas, os agentes de inteligência deram apoio técnico à Justiça Eleitoral “na implementação de sistemas e dispositivos criptográficos, que contribuem para a autenticidade, confidencialidade e inviolabilidade dos programas e dados das urnas utilizadas no país.

“Como servidores públicos de um órgão de Estado essencial à proteção e à projeção dos interesses estratégicos da nação, reforçamos nosso compromisso com o Estado Democrático de Direito, a Constituição da República e o respeito irrestrito e inegociável aos direitos e garantias dos cidadãos”, afirmou a entidade em nota na qual manifesta sua “confiança na lisura do processo eleitoral brasileiro”.

COMBATE À CORRUPÇÃO

Em nota conjunta, a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), a Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (FENADEPOL) manifestaram confiança no sistema eleitoral brasileiro e nas urnas eletrônicas. Destacaram que a Polícia Federal (PF) tem, entre suas atribuições, “garantir a lisura e segurança das eleições”.

Desde a redemocratização, segundo as entidades de policiais federais, não foi registrado “qualquer incidente que lance dúvidas sobre a transparência e efetividade” do processo eleitoral brasileiro. “É importante reiterar que as urnas eletrônicas e o sistema eletrônico de votação já foram objeto de diversas perícias e apurações por parte da PF e que nenhum indício de ilicitude foi comprovado nas análises técnicas”, afirmaram.

Para as três entidades, “acatar a legislação eleitoral vigente e respeitar a constituição, bem como as decisões democráticas é imprescindível a todo e qualquer representante eleito ou postulante a cargo eletivo”. As associações de policiais federais declararam “total confiança de que, neste ano, o povo brasileiro escolherá seus representantes de forma transparente e republicana como sempre fez”.

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) destacou que a integridade e a segurança das eleições de 2022 estão sendo conferidas por diversas entidades profissionais e sociais, que atuam como observadoras e fiscalizadoras do processo eleitoral.

“Trabalhamos em parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de forma colaborativa, responsável e serena, com participação direta da sociedade civil e de suas entidades no acompanhamento das eleições”, disse o movimento em nota de apoio ao sistema eleitoral brasileiro, às instituições da Justiça Eleitoral e ao processo democrático.