Entidades do agronegócio publicam manifesto por harmonia institucional

542

São Paulo – Sete entidades ligadas à agroindústria divulgam um manifesto em defesa do Estado Democrático de Direito e apontam preocupações com “os atuais desafios à harmonia político-institucional e, como consequência, à estabilidade econômica e social” do país. São elas: Abag, Abiove, Abisolo, Abrapalma, CropLife, Ibá e Sindiveg, entidades que representam setores como a soja, o óleo de palma e a indústria de celulose, que representam setores fortemente ligados ao mercado internacional, seja em mercados consumidores ou investimentos.

A divulgação do documento ocorre após a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) adiar a divulgação de um manifesto que em prol da democracia e da harmonia entre os Três Poderes, afirmando que ainda está ajustando um manifesto e que não tem prazo para a publicação do documento, que começou a circular no final da semana passada.

Parte dessas organizações também era signatária de um texto articulado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), cuja publicação acabou suspensa após críticas de integrantes do governo Jair Bolsonaro.

“Em nome de nossos setores, cumprimos o dever de nos juntar a muitas outras vozes responsáveis, em chamamento a que nossas lideranças se mostrem à altura do Brasil e de sua História agora prestes a celebrar o bicentenário da Independência”, afirma o texto.

“O desenvolvimento econômico e social do Brasil, para ser efetivo e sustentável, requer paz e tranquilidade, condições indispensáveis para seguir avançando na caminhada civilizatória de uma sociedade fraterna e solidária, que reconhece a maioria sem ignorar as minorias, que acolhe e fomenta a diversidade, que viceja no confronto respeitoso entre ideias que se antepõem,sem violência entre pessoas ou grupos.”

As entidades defendem liberdade para empreender, gerar e compartilhar riqueza, para contratar e comercializar, no Brasil e no exterior assegurado pelo Estado Democrático de Direito, “o que é o inverso de aventuras radicais, greves e paralisações ilegais, de qualquer politização ou partidarização nociva que, longe de resolver nossos problemas, certamente os agravará”, dizem no documento.

O texto cita ainda que “uma sociedade permanentemente tensionada em crises intermináveis ou em risco de retrocessos e rupturas institucionais” pode gerar graves consequências para as relações internacionais do país. “O Brasil é muito maior e melhor do que a imagem que temos projetado ao mundo. Isto está nos custando caro e levará tempo para reverter.”