Equatorial arremata Companhia de Eletricidade do Amapá, por R$ 50 mil

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São Paulo – A Equatorial, representada pela XP, foi a
única proponente com lance válido no leilão de concessão de serviço público de distribuição de energia elétrica no Estado do Amapá e alienação de ações representativas do capital social da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), realizado nesta sexta-feira, na B3.

“Faremos os investimentos necessários para suportar o crescimento da empresa. Agora estamos com concessões do Oiapoque ao Chuí e isso aumento o nosso desafio de oferecer um serviço cada vez melhor”, disse o presidente da Equatorial, Augusto Miranda da Paz Junior, logo após o término do leilão.

A companhia ofertou índice zero de deságio na flexibilização tarifária de outorga e foram desclassificadas as propostas com valores inferiores a zero.

O certame teve o valor simbólico de R$ 50 mil e prevê um aporte de capital da ordem de R$ 400 milhões pelo novo controlador e assumir passivos precificados em aproximadamente R$ 1,1 bilhão. O aporte visa reforçar a distribuidora, que deverá investir R$ 3 bilhões em 30 anos. Nos cinco primeiros anos, deverão ser investidos pelo menos R$ 500 milhões, para melhorar as condições para os consumidores mais rapidamente.

A CEA opera em regime de designação desde 2016, quando perdeu seu contrato de concessão por não cumprir índices de qualidade e por ter dívidas atrasadas com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A companhia apresentou ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) negativo nos últimos três anos e em 2019 foi a pior distribuidora no ranking da pesquisa de satisfação do consumidor da Aneel.

A lei que autorizou a desestatização da companhia e a contratação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para coordenar e executar o processo foi aprovada pelo governo do estado do Amapá em 2017, com o objetivo de selecionar um parceiro privado com capacidade técnica, operacional e financeira para melhorar a gestão e a qualidade dos serviços.

ENDIVIDAMENTO

O presidente da empresa disse que a companhia está confortável em relação ao seu endividamento após a aquisição da CEA e da distribuidora gaúcha Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D), em março, e que não pretende participar do leilão para a compra dos ativos de transmissão da CEEE, no Rio Grande Sul. A companhia terá que assumir cerca de R$ 4,2 bilhões em passivos das companhias.

“Estamos confortáveis em relação às dívidas pois as empresas adquiridas já estão operacionais e gerando caixa”, comentou.

O executivo avalia que a distribuidora do Amapá permitirá à empresa entregar bons resultados para os investidores e que, por operar no Pará desde 2012, poderá realizar sinergias, sem detalhar valores.

“Operar em território tão extenso, como o Pará nos deu muita experiência, que certamente poderá ser aproveitada no Amapá”, finalizou.