Especialistas ouvidos por BCE elevam previsão de inflação para 1,9% este ano

433

São Paulo – Os especialistas ouvidos pelo Banco Central Europeu (BCE) na Pesquisa de Estimativas Profissionais (SPF, na sigla em inglês) revisaram para cima a expectativa de inflação para a eurozona este ano, para 1,9%, após a estimativa de 1,6% divulgada no levantamento anterior, do segundo trimestre.

Para 2022, os especialistas esperam inflação de 1,5%, uma alta após a previsão de 1,3% na pesquisa anterior. Eles mantiveram inalteradas as projeções para a taxa em 2023, em 1,5%. As expectativas de inflação a mais longo prazo, até 2026, subiram para 1,8%, de 1,7% na pesquisa anterior, até 2025.

“Os participantes mais uma vez confirmaram que consideraram alguns dos fatores por trás do aumento esperado da inflação em 2021 como temporários, mas acreditaram que a pressão inflacionária subjacente aumentaria gradualmente à medida que a atividade econômica se recuperasse”, diz a pesquisa.

Já o núcleo da inflação, que exclui do cálculo os preços de energia, alimentos, álcool e tabaco, passou de 1,1% para 1,2% este ano; de 1,1% para 1,3% no ano que vem e de 1,4% para 1,5% em 2023. No longo prazo, a previsão subiu de 1,6% para 1,7%.

Com relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), os especialistas revisaram para cima suas expectativas entre 2021 e 2023. A previsão passou de 4,2% para 4,7% para 2021; de 4,1% para 4,6% em 2022 e de 1,9% para 2,1% em 2023.

“As expectativas implicam que a atividade econômica superará o nível pré-pandêmico, do quarto trimestre de 2019, no quarto trimestre de 2021, um trimestre antes do esperado. As expectativas médias a mais longo prazo para o crescimento real do PIB permaneceram inalteradas em 1,4%”.

Por fim, a taxa de desemprego foi revisada para baixo em todos os horizontes, passando de 8,5% para 8,1% este ano; de 8,1% para 7,85 no ano que vem e de 7,7% para 7,5% em 2023, além da queda de 7,4% para 7,2% no longo prazo.

“Os indicadores da incerteza em torno das expectativas para as principais variáveis macroeconômicas diminuíram ainda mais, mas permaneceram relativamente elevados em relação aos padrões históricos”, diz a pesquisa.

O levantamento foi realizada com 57 especialistas entre 30 de junho e 5 de julho de 2021, antes do anúncio do BCE em 8 de julho de sua nova estratégia de política monetária, que inclui uma meta de inflação simétrica de 2% no médio prazo.