Estamos inequivocadamente com o pé no freio, diz Barkin, do Fed

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O presidente do Fed Richmond, Thomas Barkin, falando ao podcast da instituição, afirmou hoje (9) que “nosso pé está inequivocamente no freio. Quando você pisa no freio – pense em uma estrada gelada – faz sentido dirigir com mais deliberação, pois estamos trabalhando para reduzir a inflação”, afirmou.

Ele lembrou que o aumento dos juros do Fed é o mais rápido em 40 anos, e o motivo é que a geração de agora ‘odeia a inflação’. “A inflação é injusta, se você acha que recebeu um aumento porque seu chefe finalmente percebeu suas capacidades e então você tem que devolver o aumento na bomba de gasolina. Cria incerteza sobre onde investir, quando investir. E é exaustivo. É cansativo procurar preços melhores. É cansativo ter que lidar com fornecedores tentando forçar aumentos de preço. Se não fizermos nada sobre a inflação, a questão é quem fará?”.

Ao lembrar da pandemia, Barkin disse seus efeitos ainda permanecem, como o excesso de poupança e o retorno do endividamento do consumidor a níveis pré-pandêmicos, que “ainda estão financiando um forte consumo, especialmente para serviços como viagens”.

Por outro lado, o da inflação, ele acredita que levará até 12 meses para que as retrações na demanda atenuem o índice de preços ao consumidor. “Com a demanda desacelerando, mas ainda resiliente, os mercados de trabalho saudáveis e o choque adicional e infelizmente duradouro da guerra na Ucrânia, não deveria ser uma surpresa que a inflação – embora provavelmente tenha passado do pico – ainda esteja elevada. Isso, é claro, é o que nos motiva a manter o curso”.

Ainda assim, mesmo que nos últimos três meses a inflação tenha reduzido, ainda não é hora de pensar em reduzir as taxas. “Embora a média tenha caído, a mediana ainda permaneceu alta. Isso porque a média foi distorcida pela queda nos preços de alguns bens, como carros usados, que aumentaram de forma insustentável durante a pandemia”.

Barkin questiona como ficará a economia no futuro em relação aos efeitos da pandemia. “Por trás de tudo isso está a questão de quanto da economia da era da pandemia nos restará. Não estou falando apenas de trabalhar em casa. Estou falando de gastos com bens versus gastos com serviços. Estou falando sobre a vitalidade do varejo na cidade versus o varejo suburbano. Há um monte de coisas que adotamos nos últimos dois anos que podem ou não levar a uma economia diferente daqui para frente”, conclui.