São Paulo, 2 de setembro de 2022 – A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse na sexta-feira que Moscou está pronta para aceitar descontos maiores do que atualmente oferece para contratos de petróleo em meio ao recém-anunciado acordo de teto de preço pelos países do Grupo dos Sete (G7). As informações são da agência de notícias “Sputnik”.
“Os relatórios mostram que a Rússia já está oferecendo grandes descontos de até 30% e contratos de longo prazo para alguns países. Isso também demonstra que a Rússia está planejando continuar fornecendo seu petróleo e disposta a aceitar descontos maiores”, disse Jean-Pierre. “Um teto de preço dará a mais países uma melhor alavancagem para negociar acordos com a Rússia.”
Os ministros das Finanças do G7 confirmaram na sexta-feira a intenção do grupo de introduzir um teto de preço para o petróleo russo e proibir o transporte marítimo de petróleo, a menos que seja comprado a um preço limitado.
O G7 também disse que desenvolverá “mecanismos de mitigação direcionados” para garantir que os países vulneráveis ainda tenham acesso aos mercados de energia, inclusive da Rússia.
A decisão de impor limites aos preços do petróleo russo foi tomada por unanimidade na reunião online dos ministros das Finanças do G7 e dos chefes de seus bancos centrais, disse o ministro das Finanças japonês, Shunichi Suzuki, nesta sexta-feira.
Shunichi disse que o objetivo de impor um teto de preço é limitar a receita da Rússia de fontes de energia e o Japão acredita que a medida será eficaz.
O teto de preço entrará em vigor em 5 de dezembro para o petróleo bruto e em 5 de fevereiro de 2023 para produtos refinados provenientes da Rússia. A Comissão Europeia já disse que também fará esforços para impor um teto de preço ao petróleo da Rússia até dezembro, após a decisão do G7.
Em 1º de setembro, o vice-primeiro-ministro russo Alexander Novak condenou a ideia de impor um teto de preço ao petróleo russo como absurda, alertando que Moscou não entregaria petróleo e derivados a países que apoiassem a decisão.
Nos últimos meses, as sanções impostas pelo Ocidente coletivo à Rússia em retaliação por sua operação militar na Ucrânia elevaram os preços dos alimentos e da energia, provocando uma inflação recorde em muitos países.
Larissa Bernardes / Agência CMA
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