São Paulo – Em evento realizado na manhã de hoje pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, e a ministra do meio-ambiente, Marina Silva, debateram temas como a transição energética, inflação e os desafios que a economia irá enfrentar nos próximos anos.
Embora entenda que a inflação norte-americana ainda necessite de atenção, Yellen acredita que ela está sob controle. A secretária disse que as previsões de recessão para 2023 estavam erradas e que a economia segue aquecida, se mostrando otimista para 2024.
“A economia vem crescendo solidamente. Nosso mercado está forte e estamos progredindo com um baixo nível de inflação. Os consumidores estão saudáveis e comprando mais. O poder de compra do americano está aumentando”, comemorou.
Yellen aproveitou para parabenizar o ministro da Economia, Fernando Haddad – que foi substituído, devido à Covid, por Marina Silva -, pela aprovação da reforma tributária histórica.
Investimentos e transição energética
Pontuando que o desafio atual é fazer com que a economia norte-americana cresça a longo prazo, Yellen sublinhou a importância do investimento em semicondutores e demais componentes que facilitem a cadeia global de suprimentos.
Tanto Marina quanto Yellen entendem que a transição energética pode ser uma mudança de chave para a economia brasileira. Reforçando o compromisso do presidente Lula em cessar o desmatamento até 2030, a ministra disse que a parceria com Haddad fez com que pela primeira vez na história brasileira a área ambiental e econômica atuassem em “sinergia”.
Enfatizando a importância da Bacia Amazônica para a mitigação da energia de carbono, Yellen pontuou que o Brasil está à frente na transição energética, dizendo-se feliz em falar sobre o clima e que tal cenário promete o estreitamento das cooperações entre Brasil e Estados Unidos: “Estamos reunindo as maiores e melhores condições para as nossas relações bilaterais”, exultou Silva.
Marina disse que altos investimentos terão de ser feitos para limpar a matriz energética, e o que o Brasil ainda carece de investimentos em infraestrutura. “Buscamos garantir que a transição seja justa nos Estados Unidos”, observou Yellen.
A ministra e a secretária, por fim, concordaram que o novo cenário só será possível com grandes investimentos tanto em estrutura quanto em tecnologia. “Esperamos que o custo da tecnologia caia, permitindo aumentar a escala cada vez mais”, projetou Yellen.