São Paulo – Os Estados Unidos e o Japão criticaram as ações desestabilizadoras da China e alertaram sobre “coerção e agressão” de Pequim, durante a visita do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, à Tóquio.
“Os Estados Unidos e o Japão reconheceram que o comportamento da China, quando inconsistente com a ordem internacional existente, apresenta desafios políticos, econômicos, militares e tecnológicos à Aliança e à comunidade internacional”, segundo em comunicado conjunto.
Blinken, juntamente com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, se reuniu com o ministro de Relações Exteriores do Japão, Toshimitsu Motegi, e o ministro de Defesa, Nobuo Kishi.
“Os ministros se comprometeram a se opor à coerção e ao comportamento desestabilizador em relação a outros na região, o que enfraquece o sistema internacional baseado em regras. Eles reafirmaram seu apoio ao comércio legal desimpedido e ao respeito pelo direito internacional, incluindo a liberdade de navegação e sobrevoo e outros usos legais do mar”, diz a nota.
Mais tarde, em coletiva de imprensa, Blinken reiterou seu alerta às atitudes de Pequim. “A China usa coerção e agressão para sistematicamente erodir a autonomia em Hong Kong, minar a democracia em Taiwan, abusar dos direitos humanos em Xinjiang e no Tibete e fazer valer reivindicações marítimas no Mar do Sul da China que violam o direito internacional”, disse.
“Responderemos, se necessário, quando a China usar de coerção ou agressão para conseguir o que quer”, acrescentou o secretário.
Além disso, segundo comunicado, “os ministros ressaltaram a importância da paz e estabilidade no Estreito de Taiwan” e reiteraram suas objeções às reivindicações e atividades marítimas ilegais da China no Mar do Sul da China.
Os ministros também reafirmaram “seu compromisso com a desnuclearização completa da Coreia do Norte e apelaram a Pyongyang a cumprir suas obrigações de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU)”.
Na coletiva, Blinken acusou ainda os militares de Mianmar de “tentar anular os resultados de uma eleição democrática e reprimir brutalmente os manifestantes pacíficos”.
A reunião dos quatro ministros ocorreu após uma cúpula virtual na semana passada entre os líderes dos Estados Unidos, Japão, Austrália e Índia, a chamada aliança Quad. Amanhã, Blinken participa de um encontro com oficias da China.
Blinken também reuniu-se com o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga. “Juntos, todos os países vão enfrentar os desafios mais urgentes que nosso povo enfrenta, incluindo covid-19 e mudança climática”, disse Blinken na reunião. “E permaneceremos juntos na defesa de um Indo Pacífico aberto e livre”, acrescentou.
Suga, por sua vez, disse que vai em breve visitar os Estados Unidos e ter uma reunião com o presidente Biden. “Eu espero que será uma reunião significativa para reafirmar os laços de nossa aliança Japão e Estados Unidos”.