São Paulo — O presidente norte-americano, Joe Biden, previu que o coronavírus terá matado meio milhão de pessoas nos Estados Unidos até o final do mês que vem. Segundo ele, seu governo não será capaz de acelerar drasticamente o ritmo das vacinações, apesar de tentar aumentar a escala de postos de vacinação.
“O número de mortos provavelmente chegará a 500 mil no próximo mês, os casos continuarão aumentando”, disse ontem o presidente em conferência de imprensa.
“Não entramos nessa confusão do dia para a noite. Vai levar meses para mudarmos as coisas”, disse Biden em seu primeiro dia completo como presidente.
Biden reduziu as expectativas de uma mudança radical na velocidade da campanha de vacinação dos Estados Unidos, alertando que “a verdade brutal é que vai levar meses antes de conseguirmos vacinar a maioria dos norte-americanos”.
Ele reafirmou seu compromisso de lançar “uma campanha de vacinação agressiva, segura e eficaz”, com 100 milhões de vacinas a serem administradas durante os primeiros 100 dias de mandato.
Questionado por um repórter se a meta era ambiciosa o suficiente, Biden respondeu: “Quando eu anunciei, todos vocês disseram que não é possível. Vamos, me dê um tempo”.
Ontem, os Estados Unidos relataram 3.889 mortes pelo vírus, após um aumento recorde em um único dia de 4.409 mortes na quarta-feira, de acordo com o Covid Tracking Project. Isso colocou o número total de mortes nos Estados Unidos em 400.726.
“A verdade é que ainda vivemos um inverno sombrio dessa pandemia”, disse Biden. “Vai piorar antes de melhorar. Vai levar muitos meses para chegar onde precisamos estar. ”
Falando no final do dia, Anthony Fauci, um dos poucos conselheiros presidenciais do coronavírus que permaneceu no cargo durante a transição, disse que o plano de vacina de Biden envolvia “pegar o que está acontecendo, mas ampliá-lo em grande escala”.
Fauci também disse que os Estados Unidos têm planos de modificar as vacinas caso novas variantes de covid-19 sejam resistentes a elas. “Existem planos alternativos, se algum dia tivermos de modificar a vacina”, disse ele. “Isso não é algo muito oneroso. Podemos fazer isso, dadas as plataformas que temos. ”
Ele admitiu ter sentido uma sensação de alívio por estar operando sob um novo presidente, tendo sido marginalizado e publicamente criticado por Trump durante o governo anterior. “Deixe a ciência falar: é um sentimento um tanto libertador”, disse Fauci.