EUA vão impor sanções severas ao petróleo da Rússia

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Campo de exploração de petróleo | Foto: Jan Zakelj/Pexels

Os Estados Unidos irão impor algumas das sanções mais severas até agora à indústria de petróleo da Rússia, de acordo com um documento supostamente da Secretaria do Tesouro dos EUA, que circula entre comerciantes na Europa e na Ásia. Essas sanções, que afetariam cerca de 180 embarcações, dezenas de comerciantes, duas grandes empresas de petróleo e executivos russos, fizeram os preços globais do petróleo subirem 3% na sexta-feira, aproximando-se de US$ 80 por barril.

As sanções visam empresas como Gazprom Neft e Surgutneftegaz, além de fornecedores de seguros de embarcações, como Ingosstrakh e Alfastrakhovanie, responsáveis pela maioria dos seguros dos navios que transportam petróleo russo para a India, maior comprador do petróleo russo. A Rússia tem desviado suas exportações de petróleo e combustíveis da Europa para a Ásia desde o início da guerra na Ucrânia, com as sanções ocidentais, e tem comprado sua própria frota de petroleiros, além de segurá-los dentro da Rússia.

A administração Biden procurou evitar um aumento nos preços globais de petróleo, equilibrando a aplicação de sanções mais rígidas com a necessidade de não prejudicar ainda mais o mercado global de energia. A transição para as novas sanções permitirá que algumas transações relacionadas à energia sejam concluídas até 12 de março. No entanto, fontes de refinarias indianas afirmaram que, com as sanções, refinarias da India evitarão tomar petróleo russo de petroleiros sob sanções ou com seguros russos, afetando diretamente a exportação de petróleo russo.

O futuro presidente dos EUA, Donald Trump, prometeu interromper a guerra na Ucrânia e acredita que sanções mais severas contra a Rússia podem contribuir para isso. Com o impacto das novas sanções, espera-se que a Rússia reduza os preços do petróleo para abaixo de US$ 60, para permitir o uso de seguros e petroleiros ocidentais, em linha com o teto de preços imposto pelo Ocidente.