Já foi mais fácil a vida do presidente Arthur Lira (PP-AL) na Câmara. O deputado já entregou os pontos em relação a RP9, as chamadas emendas do relator-geral do Orçamento da União no Congresso, suspensas pelo STF.
A RP9 é um dispositivo criado pelo Centrão, com endosso do Palácio do Planalto, para alimentar a fidelidade do grupo com fartura de recursos voltados para as bases eleitorais de deputados e senadores. A distribuição passa, necessariamente, por Lira, que não quer perder esse tanto de poder.
Com a suspensão da RP9, o que se está discutindo é turbinar a RP2, emendas que seriam distribuídas diretamente pelos ministérios. Nessa composição, Lira perderia o controle da fatia.
Do lado do Planalto, Bolsonaro já avisou: “é isso ou nada”. O presidente da Câmara resiste e já pediu aos técnicos da Casa uma forma de controlar o repasse aos parlamentares, por meio de uma resolução interna ou decreto.
O rei Arthur está sozinho nessa. A base do Governo já embarcou com a solução bolsonarista. A oposição também já avisou que se Lira tentar driblar a suspensão vai novamente ao STF para suspendê-la.