Expansão da capacidade instalada de geração de energia elétrica será recorde em 2023

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São Paulo – O Ministério de Minas e Energia informou que o no de 2023 deverá ter recorde histórico de expansão da capacidade instalada de geração de energia elétrica. A estimativa foi apresentada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), na noite desta quarta-feira (15/3), após a reunião ordinária do colegiado. A perspectiva do crescimento da oferta de geração de energia se dará, principalmente, pelo incremento das fontes eólica e solar no sistema elétrico nacional.

No contexto das condições favoráveis de atendimento, foi destacado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) que o mês de fevereiro finalizou com os melhores níveis de armazenamento do Sistema Interligado Nacional (SIN) dos últimos 16 anos. Estão sendo verificados excedentes de geração de energia elétrica nas diferentes regiões do país, permitindo a exportação comercial destinada à Argentina e ao Uruguai, sem prejudicar a segurança energética nacional, bem como os serviços oferecidos aos consumidores brasileiros.

Ainda na reunião, o CMSE avaliou a proposta apresentada pelo ONS relativa às curvas referenciais de armazenamento (CREF) para 2023, que representam importante ferramenta de auxílio à tomada de decisão do Comitê, de forma não determinativa, quanto à necessidade da adoção ou permanência de medidas adicionais com vistas à garantia do atendimento energético no país.

A elaboração das curvas considerou metodologia similar à utilizada para as curvas de referência de 2022 e a atualização de premissas, como as restrições hidráulicas vigentes, oferta e demanda de energia elétrica. Foi utilizado cenário de aversão construído a partir dos valores de Energia Natural Afluente (ENA), entre outubro de 2020 e setembro de 2021, quando foram registrados os piores valores de afluências em 12 meses do histórico de 92 anos. Além disso, foi considerado armazenamento mínimo de 21,4% no SIN ao final de novembro de 2023, com a seguinte distribuição entre os subsistemas: 20% no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, 30% no Sul, 23,5% no Nordeste e 22,5% no Norte.

As cores das curvas estão associadas a montantes termelétricos considerados para garantir o suprimento energético na ocorrência do cenário de aversão hidrológica. Apesar disso, a utilização de recursos excepcionais deve considerar tendências de armazenamento, a eficácia do recurso termoelétrico como alternativa para recuperação *dos níveis* e os custos associados, bem como a existência de outras possibilidades que contribuam com a mitigação da situação de atenção identificada.

A Nota Técnica sobre a metodologia aprovada será finalizada pelo ONS e disponibilizada aos agentes.

Em relação às condições hidrometeorológicas, em fevereiro, as bacias dos rios Iguaçu, Paranapanema, Tietê e o trecho incremental a UHE Itaipu apresentaram valores de precipitação acima da média, enquanto nas demais bacias hidrográficas de interesse do SIN predominaram totais inferiores à média histórica. Em relação à ENA, foram verificados valores acima da média histórica apenas para o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, com 105% da Média de Longo Termo (MLT). Para os subsistemas Sul, Nordeste e Norte foram verificadas condições de afluências de 86%, 98% e 99% da MLT, respectivamente. A ENA agregada do SIN registrou índice de 101% MLT.

Em março, a indicação é de uma ENA abaixo da média histórica para todos os subsistemas, com condições de 83%, 89%, 44% e 87% para os subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente. No que diz respeito ao SIN, o estudo indica condições de afluência de 80% da MLT, sendo o 13º menor março de um histórico de 92 anos.

No quesito energia armazenada, em fevereiro, foram verificados armazenamentos equivalentes de 76,9%, 85,9%, 85,3% e 96,8% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte, respectivamente. Para o SIN, o armazenamento ao final de fevereiro foi de 80,1%.

Para o fim de março, a expectativa nesses subsistemas é de 83,9%, 83,0%, 88,0% e 99,8% da EARmáx, considerando o cenário inferior, enquanto o cenário superior tem-se previsão de 85,4%, 83,7%, 89,5% e 99,9% da EARmáx. Para o SIN, a previsão para o último dia de março é 85,4% da EARmáx, para o cenário inferior e 86,8% para o cenário superior.

Em fevereiro, a expansão da geração e transmissão verificada foi de aproximadamente 749 MW de capacidade instalada de geração centralizada de energia elétrica, 1.096 km de linhas de transmissão. Assim, em 2023, a expansão totalizou 2.027 MW de capacidade instalada de geração centralizada, 1.761 km de linhas de transmissão e 3.166 MVA de capacidade de transformação. Sobre geração distribuída, a expansão verificada em 2023 foi de 1.813 MW, atingindo o total de aproximadamente 18,2 GW instalados no país.