O relatório de estabilidade financeira divulgado pelo Banco da Inglaterra (BoE) hoje indica que a população de forma geral e as empresas estão lidando com juros mais altos. “Os tomadores de empréstimos no Reino Unido, tanto famílias quanto empresas, têm mostrado resiliência. Há um ajuste contínuo para taxas de juros mais altas globalmente, afetando o refinanciamento da dívida para empresas e famílias”, diz um trecho do documento.
Além disso, o relatório indica que houve crescimento nominal da renda das famílias britânicas e o desemprego se mantém baixo. “A relação geral entre dívida e renda das famílias no Reino Unido continua a cair, com os atrasos nos pagamentos de hipotecas mantendo-se historicamente baixos”.
No entanto, segundo o banco, espera-se que uma parcela crescente das famílias aloque uma parte maior da renda para o pagamento de hipotecas nos próximos dois anos, embora ainda abaixo dos níveis pré-crise financeira global.
Os riscos também aparecem entre as empresas britânicas. “Enquanto as corporações geralmente mostram resiliência às condições econômicas atuais e taxas de juros elevadas, uma parcela significativa da dívida corporativa baseada no mercado está prevista para vencer no futuro próximo, representando riscos durante o refinanciamento a taxas mais altas”.
O ambiente de risco permanece em grande parte inalterado desde o primeiro trimestre, com os mercados em sua maioria precificando uma perspectiva benigna apesar dos desafios globais. Mas as instabilidades geopolíticas continuam em evidência.
“Riscos estão surgindo no mercado imobiliário comercial dos Estados Unidos e as vulnerabilidades na finança global baseada em mercado permanecem não resolvidas”.
Por conta disso, o mercado vem ajustando as previsões de cortes nos juros em alguns mercados desenvolvidos. “Os mercados ajustaram as expectativas sobre reduções das taxas de juros nos Estados Unidos e no Reino Unido, com cortes começando em algumas áreas”.