Febraban prevê alta de 0,8% das operações de crédito em julho e avanço 16,3% em 12 meses

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São Paulo – A pesquisa mensal de crédito da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) aponta que o resultado total das operações de crédito terá alta de 0,8% em julho ante junho, com crescimento anual de 16,3%, apresentando uma ligeira desaceleração ante estimativa da Federação para junho (+16,9%), em termos nominais, impulsionado pelo crédito destinado às famílias, que deverá crescer 1,4%.

Em julho, o resultado ainda é impulsionados pela reabertura das atividades, recuperação do mercado de trabalho e também pelo crédito rural, devido ao início do Plano Safra 2022/2023.

A entidade ressalta que a desaceleração da estimativa é inferior à da inflação, que saiu de 11,89% para 10,07% no mês, por conta da deflação registrada em julho de 0,68%, indicando que o crédito acelerou em termos reais, de 5,0% para 6,2%, sugerindo ainda um cenário positivo para o segmento.

O Banco Central divulgará a Nota de Política Monetária e Operações de Crédito na próxima segunda-feira (29) com as estatísticas pendentes de maio e junho, devido à greve de funcionários da autarquia no período.

De acordo com a pesquisa, em 12 meses, a carteira Pessoa Física deve registrar alta de 21,5%, mantendo-se em um ritmo de expansão bastante expressivo. A pesquisa traz um cenário de continuidade do forte ritmo de crescimento do crédito neste começo de segundo semestre, em linha com os números até mais positivos que temos observado para a atividade econômica e o mercado de trabalho durante todo ano, compondo um quadro favorável para expansão das operações de crédito, avalia Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.

Entretanto, Sardenberg destaca que a pesquisa revelou que a carteira Pessoa Jurídica deve recuar de 0,2% em julho. A queda deve ser liderada pela carteira livre (-0,6%), afetada pela sazonalidade negativa das linhas de fluxo de caixa. Por outro lado, a carteira direcionada (+0,6%) deve ganhar impulso com a nova rodada do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), com início das operações na última semana do mês, mas cujo impacto deve ser maior em agosto. Em 12 meses, a carteira PJ deve acomodar para 9,3% (ante 10,5% em junho).

Concessões

A Pesquisa Especial de Crédito mostra que as concessões de crédito devem ficar praticamente estáveis em julho, com ligeira queda mensal de 0,4%. No acumulado em 12 meses, o volume total de concessões também deve mostrar estabilidade, com crescimento de 23,8% (ante 23,7% em junho, segundo estimativa da FEBRABAN). O resultado sinaliza que a injeção de crédito na economia tem se mantido bastante disseminada, a despeito da elevação da taxa Selic e dos sinais de alta da inadimplência.

Os recursos destinados às empresas devem ser impulsionados pela reedição do Pronampe. Já os recursos direcionados às famílias devem ser impulsionados pelo crédito rural.

As operações com recursos livres, por sua vez, devem mostrar retração. Para as empresas, o desempenho deve refletir a sazonalidade negativa das linhas de fluxo de caixa, como descontos de duplicatas e antecipação de faturas de cartão. Para as famílias, o resultado já pode refletir o impacto da política monetária mais restritiva que afeta especialmente as linhas mais sensíveis aos juros, como, por exemplo, a de financiamento de veículos.