São Paulo – A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estima que o saldo total da carteira de crédito cresça 1,8% em novembro ante outubro e será o sétimo avanço mensal seguido. Com isso, a alta em 12 meses passará de 14,5% para de 15,2%, o maior ritmo de expansão desde setembro de 2013. A entidade atribui a projeção à expansão do crédito liderada pela carteira com recursos livres devido à melhora da atividade econômica.
A base de dados da análise são dados consolidados dos principais bancos do país, que representam, dependendo da linha, de 39% a 90% do saldo total do Sistema Financeiro Nacional, além de outras variáveis macroeconômicas que impactam o mercado de crédito.
O destaque será na carteira pessoa física (PF), impulsionada pelo aumento do consumo das famílias, especialmente em cartão de crédito e aquisição de veículos, diz a Febraban.
A carteira com recursos livres deve mostrar alta de 2,2% no mês e de 16,5% em doze meses, enquanto a carteira pessoa jurídica (PJ) livre deve crescer 1,7% no mês, mantendo a expansão anual acima dos 20% pelo nono mês consecutivo, em 24,1% em novembro.
A carteira com recursos direcionados deve avançar 1,2% no mês, acelerando em 1,0 ponto percentual o ritmo de expansão em doze meses, de 12,3% para 13,3%.
A carteira PF deve crescer 1,2% no mês e 10,9% na comparação anual, impulsionada pela expansão dos financiamentos imobiliários, enquanto a PJ direcionada deverá ampliar 1,2% no mês, ainda favorecida pelos programas públicos de crédito, acelerando para 17,1% sua expansão em 12 meses, maior patamar desde outubro de 2014.
CONCESSÕES
As concessões devem ter alta mensal de 8,5% em novembro, puxada pelas concessões com recursos direcionados às empresas, que devem apresentar alta de 59,4%, refletindo uma recomposição do volume de concessões após o forte recuo no mês de outubro (54,4%), impactado pelo fim da terceira fase do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
A expansão no acumulado em 12 meses cairá de de 7,5% em outubro para 7,2% em novembro.
Em novembro, a alta deve ser impulsionada pelo Programa Emergencial de Acesso a Crédito, que conta com amparo do Fundo Garantidor para Investimentos, contribuindo para expansão de 84,1% no acumulado em 12 meses, maior ritmo desde março de 2011.
As concessões PJ com recursos livres também devem mostrar avanço no mês, de 9,1%. Assim, as concessões destinadas às empresas devem crescer 14,1% em novembro, com leve desaceleração na visão acumulada em 12 meses (13,4% ante 13,8%).
Já as concessões para as famílias devem mostrar alta mensal de 4,0%, com ligeira aceleração na visão acumulada em 12 meses, de 1,9% para 2,0%, após oito meses seguidos de retração nesta métrica. O resultado reflete uma melhora de 5,9% da linha com recursos livres no mês, que tem respondido à retomada da atividade, embora ainda insuficiente para avançar na visão acumulada, mantendo-se estável em -0,1%, indicando uma leve recuperação, após o volume de concessões despencar no período crítico da crise.
As concessões pessoa física com recursos direcionados, por sua vez, devem retrair 7,4% em novembro, impactadas pela sazonalidade desfavorável do crédito rural, embora mantenham um bom ritmo na visão acumulada, avançando 19,8%, disse a entidade.
