Fed eleva taxa de juros básica para a faixa de 0,75% e 1,0%

784

São Paulo – O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) decidiu aumentar em 0,50 ponto percentual (pp) a taxa básica de juros dos Estados Unidos para a faixa entre 0,75% e 1,0%, em uma tentativa de controlar a inflação crescente no país. Segundo comunicado do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o comitê também deve iniciar a redução de seu patrimônio no dia 1º de junho.

“O Comitê decidiu aumentar a faixa-alvo para a taxa federal de juros para 0,75% e 1,0% e prevê que aumentos contínuos na faixa-alvo serão apropriados. Além disso, o Comitê decidiu começar a reduzir suas participações em títulos do Tesouro e títulos lastreados em hipotecas e dívidas de agências no dia 1º de junho”, diz o Fed no comunicado.

Sobre a redução de seu balanço de US$ 9 trilhões, o comunicado informa que o Fed irá vender a partir de US$ 30 bilhões em títulos do Tesouro dos Estados Unidos e a partir de US$ 17,5 bilhões em ativos de hipoteca por mês a partir de 1º de junho.

A decisão de aumentar em 0,50 pp a faixa de meta dos juros básicos foi unânime, segundo o Banco Central.

De acordo com o Fomc, a guerra na Ucrânia aumenta a pressão inflacionária e pode impulsionar a desaceleração econômica, em impactos que o Fed ainda considera “incertos”.

“A invasão da Ucrânia pela Rússia está causando enormes dificuldades humanas e econômicas. As implicações para a economia dos Estados Unidos são altamente incertas”, diz o comunicado do Fed. “A invasão e eventos relacionados estão criando uma pressão adicional sobre a inflação e provavelmente pesarão sobre a atividade econômica”.

O Comitê também deixou claro que novos aumentos na taxa básica de juros “devem acontecer em breve”, acrescentando que o Fomc estará pronto para ajustar sua política monetária caso novos riscos surjam pelo caminho.

“As avaliações do Comitê levarão em conta uma ampla gama de informações, incluindo leituras sobre saúde pública, condições do mercado de trabalho, pressões e expectativas sobre a inflação e desenvolvimentos financeiros e internacionais”, diz o Comitê.