São Paulo – Em decisão unânime nesta quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manteve a taxa básica de juros estável entre 5,25% e 5,5%, indicando que a inflação melhorou mais rapidamente do que o inicialmente previsto. A decisão abre a porta para possíveis cortes nas taxas no próximo ano.
Embora o comunicado de política tenha permanecido praticamente inalterado em relação às versões anteriores, que destacavam a possibilidade de uma política mais restritiva, a recente queda na inflação acelerou o debate sobre a necessidade de ações mais expansionistas.
Segundo o texto, a melhora recente no cenário econômico dos Estados Unidos, impulsionada pela desaceleração da inflação e do crescimento salarial, oferece mais espaço para reduzir as taxas rapidamente, caso a economia enfraqueça mais do que o previsto.
“Indicadores recentes sugerem que o crescimento da atividade econômica desacelerou em relação ao ritmo forte observado no terceiro trimestre. Os ganhos de emprego diminuíram desde o início do ano, mas permanecem fortes, e a taxa de desemprego permanece baixa. A inflação diminuiu ao longo do último ano, mas ainda está elevada”, observa o banco central.
Na projeção divulgada após a reunião de dois dias do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), a maioria dos funcionários do Fed previu três cortes nas taxas de juros para 2024.
Embora permaneça “altamente atento aos riscos relacionados à inflação”, o Comitê afirma que o “sistema bancário dos Estados Unidos está sólido e resiliente. Condições financeiras e de crédito mais restritas para famílias e empresas provavelmente terão um impacto na atividade econômica, contratação e inflação”.
O Fed ressaltou ainda que busca alcançar o pleno emprego e uma inflação de 2% no longo prazo, e está preparado para “ajustar a postura da política monetária, conforme apropriado, se surgirem riscos que possam prejudicar o alcance dos objetivos”.
