Fed precisa de mais dados para iniciar cortes, diz Powell

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O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell / Foto: Fed

São Paulo – O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, disse hoje que a inflação nos Estados Unidos está desacelerando novamente após leituras mais altas no início deste ano, acrescentando que os dados de abril e maio “sugerem que estamos voltando a um caminho desinflacionário”, mas alertou que ainda são necessários mais dados.

“Nós apenas queremos entender que os níveis que estamos vendo são uma leitura verdadeira da inflação subjacente”, disse Powell num painel do Banco Central Europeu (BCE) ao lado da presidente da instituição, Christine Lagarde, e do presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto.

“Queremos estar mais confiante, porque a economia dos Estados Unidos é forte (…) temos a capacidade de esperar”, acrescentou.

Embora Powell tenha dito que vê progresso na inflação, ele está cauteloso em agir muito cedo e ameaçar o caminho descendente dos aumentos de preços, que atingiram seu ritmo mais alto desde o início dos anos 1980 há dois anos.

“Estamos bem cientes de que, se agirmos muito cedo, podemos minar o bom trabalho que já foi feito”, disse ele. “Se agirmos muito tarde, poderíamos prejudicar desnecessariamente a recuperação e a expansão (…) A política monetária está restritiva e acreditamos que isso seja apropriado”.

Powell também disse que houve um “movimento substancial” em direção a um melhor equilíbrio no mercado de trabalho entre a oferta e a demanda por trabalhadores. Ele continuou a descrever o mercado de trabalho como forte, mas disse que está esfriando de forma apropriada.