Por Gustavo Nicoletta e Cristiana Euclydes
São Paulo – O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, reduziu a meta para a taxa básica de juros do país em 0,25 ponto porcentual, para a faixa de 1,75% a 2,00% ao ano.
A decisão não foi unânime. Votaram a favor o presidente do Fed, Jerome Powell, John Williams, Michelle Bowman, Lael Brainard, Richard Clarida, Charles Evans e Randal Quarles.
Votaram contra a decisão Esther George e Eric Rosengren, que preferiam ter mantido a taxa básica de juros na faixa de 2,00% a 2,25%, e James Bullard, que defendeu um corte mais intenso dos juros, para a faixa de 1,50% a 1,75% ao ano.
Além disso, a mediana das projeções dos membros do Fed para o nível adequado dos juros do país indica que as autoridades não pretendem cortar novamente as taxas de juros no horizonte relevante para a política monetária – daqui até 2022.
O Fed justificou a decisão de hoje de cortar os juros citando o impacto de acontecimentos globais e da inflação abaixo da meta de 2%. Segundo o Fed, em comunicado, o corte veio “à luz das implicações dos acontecimentos globais para as perspectivas econômicas e as pressões inflacionárias fracas”.
“Esta ação apoia a visão do comitê de que a expansão sustentada da
atividade econômica, as fortes condições do mercado de trabalho e a inflação perto da meta simétrica de 2% do Comitê são os resultados mais prováveis, mas as incertezas sobre essa perspectiva permanecem”, de acordo com o comunicado.
O Fed afirmou que vai continuar monitorando as implicações dos dados nas perspectivas econômicas e “atuará conforme apropriado para sustentar a expansão”.
Além disso, para definir o caminho futuros das taxas de juros, o banco vai levar em consideração várias informações, como as condições do mercado de trabalho, indicadores de pressões e expectativas de inflação e leituras sobre acontecimentos financeiros e internacionais.
O Fed disse ainda que, segundo dados recebidos desde a reunião anterior, de julho, a atividade econômica tem aumentado a um ritmo moderado. Segundo o comunicado, o mercado de trabalho permanece forte, com ganhos de emprego sólidos e taxa de desemprego baixa.
“Embora os gastos das famílias tenham aumentado em um ritmo forte, os
investimentos de empresas e as exportações enfraqueceram”. Já a inflação
geral e a inflação para outros itens além de alimentos e energia estão abaixo de 2%, concluiu o Fed.