São Paulo – O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) começará uma redução “rápida” de seu balanço de US$ 9 milhões em sua próxima reunião de política monetária, em maio, e deve adotar medidas mais duras para combater a inflação, segundo a diretora do banco, Lael Brainard.
“O Comitê [federal de Mercado Aberto] continuará apertando a política monetária metodicamente através de uma série de aumentos nas taxas de juros e começando a reduzir o balanço num ritmo veloz assim a partir da reunião de maio”, disse Brainard numa declaração por escrito publicada pelo Fed.
O discurso da diretora era voltado para uma discussão no Fed de Minneapolis, e seus comentários indicam que os juros podem ser ainda maiores do que os tradicionais aumentos de 0,25 pp por reunião.
“Atualmente, a inflação está muito alta e sujeita a riscos “, disse ela. “O Comitê está preparado para tomar medidas mais fortes se indicadores de inflação e expectativas de inflação indicarem que tal ação é justificada”, completou.
As declarações de Brainard pegaram o mercado de surpresa, já que ela é conhecida por defender juros mais baixos e políticas expansionistas. As bolsas, que operavam em leve alta no início do pregão, passaram a cair após as falas da diretora do Fed, e os juros subiram.
Os juros projetados da nota do Tesouro para 10 anos atingiram os 2,56%, o que colocou o índice bem acima de sua contrapartida para 2 anos, que era negociada em torno de 2,51%. Os juros para 2 anos tinham sido recentemente negociados acima dos para 10 anos, desencadeando o que analistas de mercado chamam de inversão curva de rendimento.
Os investidores agora aguardam a ata da reunião anterior do Fed, prevista para amanhã, visando pistas sobre o plano do Banco Central para a política monetária.
