Por Gustavo Nicoletta
São Paulo – A chapa Frente de Todos, composta por Alberto Fernández e pela ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, derrotou a do atual presidente do país, Mauricio Macri, nas eleições presidenciais ocorridas neste domingo.
Com 97,13% das urnas apuradas, a Frente de Todos recebeu 48,1% dos votos válidos, o que torna Fernández o presidente-eleito da Argentina. A chapa de Macri, a Juntos pela Mudança, teve 40,37% dos votos.
Segundo o governo argentino, 80,9% dos 33,8 milhões de eleitores argentinos compareceram às urnas. Os votos brancos, nulos e contestados foram aproximadamente 664 mil, ou 2,5% do total.
Na província de Buenos Aires, que abriga a capital da Argentina, a derrota de Macri foi ainda mais significativa. Mais da metade dos votos válidos (52,1%) foram direcionados à chapa Frente de Todos, enquanto a chapa Juntos pela Mudança teve 35,9%.
Num discurso após a divulgação dos resultados, Macri agradeceu aos eleitores que votaram nele e disse, aos que não votaram, que sempre encontrarão nele “uma pessoa que acredita no diálogo” e que “colocará o bem comum acima de qualquer coisa”.
Kirchner, por sua vez, também agradeceu aos eleitores e disse que Fernández terá uma tarefa muito difícil, que exigirá a colaboração de todos os argentinos, e cobrou seu companheiro de chapa que cuide do patrimônio público até 10 de dezembro, quando deve efetivamente assumir a presidência.
Fernández disse em seu discurso que começará a conversar hoje com Macri para fazer a transição do governo e, diferentemente de Kirchner, reforçou que até 10 de dezembro quem comanda o país é Macri. No entanto, ecoou o discurso da vice-presidente eleita e disse que o próximo governo precisará de união.
“Que esse compromisso de diálogo [de Macri], que nunca tiveram, agora exerçam”, disse Fernández. “Que sejam capazes de entender que a Argentina que vem precisa do esforço de todos. Não é verdade que estamos condenados a esta Argentina. Vamos voltar a construir o país que sonharam os nossos melhores homens e mulheres, vamos fazer porque merecemos”, afirmou.