Buenos Aires – O presidente da Argentina, Alberto Fernández, chefiou a cúpula latino-americana sobre mudanças climáticas e afirmou que o país precisa de financiamento para conseguir uma transição energética, ao mesmo tempo em que solicitou flexibilidades nos compromissos de dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Fernández disse que as políticas climáticas são uma prioridade em seu governo e que irá propor um aumento de 2% na contribuição de 27,7% de limitação de emissões de gases de efeito estufa. Além disso, afirmou que vai promover a eletrificação dos meios de transporte e que vai classificar como “crime ambiental” o desmatamento.
“A riqueza do mundo não deve ser focada em nada além do meio ambiente”, declarou o presidente, acrescentando que vai aplicar os Direitos Especiais de Giro (DEGs) para políticas ambientais, com um pedido de extensão dos prazos de pagamento de compromissos de dívida e a retirada de sobretaxas do FMI.
Ele acrescentou ainda que os mecanismos de pagamento por ações climáticas e os conceitos de credores de dívidas ambientais são fundamentais para a saída da crise econômica. “Precisamos que as agências de fomento contribuam 50% de sua carteira de empréstimos para ações ambientais”, declarou, citando como exemplo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).
Fernández afirmou que os empregos do futuro têm a condição imperativa de serem sustentáveis e que as políticas ambientais exijam participação de países devedores, países credores, instituições financeiras e o setor privado.
A cúpula latino-americana é uma prévia da Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, a COP-26, que será realizada de 31 de outubro a 12 de novembro em Glasgow, na Escócia.
A reunião virtual foi conduzida pelo presidente argentino a partir do Museu Bicentenário da Casa Rosada. Representantes de 21 países da região participaram da cúpula, incluindo o enviado especial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, não participou do evento.
Tradução: Cristiana Euclydes