São Paulo – A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou ontem a nota crédito da Eletrobras em ‘BB-‘ com perspectiva negativa, refletindo o suporte do rating soberano e a perspectiva do Brasil (avaliado em ‘BB-‘, com perspectiva negativa), devido ao seu forte vínculo com o governo federal, que tem alta propensão a prestar suporte à companhia em caso de necessidade.
Além disso, outros principais fundamentos da nota de crédito são a melhora do perfil de crédito individual, medido pelo uso de recursos da geração interna de fluxo de caixa e de vendas de ativos para reduzir sua dívida, além do recebimento de compensação de R$ 53,1 bilhões pela renovação de concessões de transmissão, e de R$ 7,6 bilhões em recebíveis de créditos no período de 2021 a 2024.
No entanto, novas melhoras no perfil de crédito individual da companhia serão limitadas pelo agressivo cronograma de investimentos para os próximos anos, disse a agência, que projeta o pagamento de dividendos de 25% ao longo do horizonte de rating.
O perfil consolidado de dívida da Eletrobras se beneficia de um cronograma de vencimento de dívida alongado e seus índices de alavancagem ajustada permanecerão elevados, entre 6,5 vezes a 7,5 vezes até 2023, estima a Fitch.
A intenção do governo de privatizar a Eletrobras não foi incorporada aos ratings atuais, pois sua concretização ainda é incerta, e o rating da elétrica deixará de ser associado ao do soberano.
A Fitch calcula que a privatização poderá aumentar o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em até R$ 3,0 bilhões por ano, ou cerca de 35% de aumento em relação aos R$ 8,4 bilhões previstos para 2021, devido à possibilidade de obter preços de venda mais altos em parte de seus ativos de geração e à maior flexibilidade para administrar custos.