Fitch Ratings vê melhores condições de crédito para setor de etanol em 2021

Aumento do preço do açúcar, real fraco e estratégia de contratos futuros devem melhorar ganhos dos produtores nacionais

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São Paulo – A agência de classificação de risco Fitch Ratings divulgou perspectivas positivas para as empresas de açúcar e etanol do Brasil em 2021, que terão o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) beneficiado pelo leve aumento dos preços internacionais do açúcar, real fraco e atrativas posições de hedge montadas em 2020.

“À medida que os fundamentos do setor melhoram, esperamos condições de crédito mais favoráveis para o próximo ano, após o forte aperto de liquidez em 2020”, disse Cláudio Miori, diretor da agência.

Ao mesmo tempo, a expectativa de recuperação dos preços médios do barril de petróleo, para US$ 45 em 2021, de US$ 41 em 2020 e o relaxamento do distanciamento social em todo o país também contribuirá para elevar a demanda no próximo ano, beneficiar os fluxos de caixa dos produtores e aumentar a competitividade do etanol brasileiro.

O analista acredita que os processadores de cana-de-açúcar com baixo custo de produção, presença em cogeração e grande foco em açúcar reportarão fluxo de caixa livre positivo e redução da alavancagem. Em menor escala, empresas mais voltadas para o etanol, como as produtoras de etanol de milho, também devem aproveitar a expectativa de aumento dos preços internacionais do petróleo, embora uma valorização do real possa limitar o espaço para um aumento significativo dos preços do etanol.

“Uma persistente segunda onda de contágio de coronavírus pode mudar significativamente o cenário para 2021, dependendo de seu impacto nos preços do petróleo e na demanda global por açúcar, uma vez que a recuperação do setor depende da trajetória dos preços da gasolina e do relaxamento das restrições à mobilidade social”, pontua Miori.

O setor não verá fusões e aquisições relevantes em 2021, apesar do ambiente de preços positivo para o açúcar e a discrepância entre ratings aumentará à medida que empresas mal administradas, especialmente aquelas que operam com uma estrutura de elevado custo-caixa e fraco acesso a crédito, enfrentem queda de produtividade, receitas e margens, disse a Fitch.