Fitch revisa para baixo previsão de crescimento do PIB mundial em 2022

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A Fitch Ratings cortou a previsão de crescimento do PIB mundial de 2,9% para 2,4% em 2022, e de 2,7% para 1,7 em 2023. “A crise do gás na Europa, a alta inflação e uma forte aceleração no ritmo de aperto da política monetária global estão afetando fortemente as perspectivas econômicas”, afirma o relatório, divulgado nesta quinta-feira.

A empresa revisou para baixo também o crescimento do PIB de 2022 da Eurozona, para 0,1%, 2,2% a menos do que o previsto em junho. No caso dos Estados Unidos, o PIB será de 1,7%, ante 2,9% da previsão anterior.

No caso da China, o crescimento será de 2,8% em 2022 e 4,5% em 2023. O PIB chinês, segundo a Fitch, foi fortemente impactado pelas restrições da pandemia de Covid-19, além de uma queda prolongada do setor imobiliário.

Tivemos uma tempestade perfeita para a economia global nos últimos meses, com a crise do gás na Europa, uma forte aceleração nos aumentos das taxas de juros e uma queda cada vez maior no mercado imobiliário na China, disse o economista-chefe da Fitch, Brian Coulton.

Os números revisados para baixo, para a Fitch, se devem ao risco de um desligamento total ou quase total do Nord Stream I, que leva gás para a Europa. Mesmo com o armazenamento imposto pela União Europeia de gás tendo chegado à meta de 80%, a quantidade do combustível deve cair muito no curto prazo.

Além disso, as expectativas de aumento de taxas de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do Banco da Inglaterra (BoE), junto com a subida do Banco Central Europeu (BCE) de 0,75%, indo para 1,25%.

“Em contraste com o papel da flexibilização quantitativa na pandemia, as políticas dos bancos centrais não apoiam mais a flexibilização fiscal para proteger famílias e empresas de choques econômicos. Com o aperto das condições de liquidez, a flexibilização fiscal em larga escala pode elevar as taxas de juros reais de longo prazo”, conclui o relatório.