São Paulo – A diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, defendeu um preço maior para o carbono para incentivar a inovação e a transição para a energia renovável, mobilidade limpa e tecnologias de baixo carbono.
“Limitar o aquecimento global a 1,5 a 2 graus exigirá que as emissões sejam reduzidas em um quarto a meio até 2030, e é improvável que isso aconteça sem medidas equivalentes a um preço global do carbono de cerca de US$ 75 por tonelada até o final desta década”, disse ela durante evento virtual sobre o clima organizado pelo Brookings Institution.
Georgieva reconheceu que houve progressos nessa direção, com mais de 60 esquemas nacionais e subnacionais de precificação de carbono em todo o mundo. No entanto, segundo ela, quatro quintos das emissões globais ainda permanecem sem preços e o preço médio das emissões globais é de apenas US$ 3 por tonelada.
Para ajudar a acelerar a transição para crescimento de baixo carbono ao longo desta década, o FMI lançou hoje uma proposta baseada em três pilares que estabelece um piso internacional para o preço do carbono.
Primeiro, o plano se concentraria em um pequeno número de grandes emissores, como alguns ou todos os países do G-20 (grupo que reúne economias mais industrializadas e países emergentes).
“Isso tornaria as negociações mais fáceis e ainda poderia cobrir uma grande porcentagem das emissões globais, dando um grande passo em direção aos cortes de gases de efeito estufa de que precisamos”, afirmou Georgieva.
Em segundo lugar, o acordo seria ancorado em um preço mínimo de carbono – um parâmetro único e eficiente – que permitiria ações simultâneas em diferentes países e ajudaria os grandes emissores a aumentar sua ambição, garantindo que outros estão agindo em coordenação.
Finalmente, o FMI propõe um acordo de preço mínimo de carbono seria flexível, pragmático e equitativo, que levaria em conta diferentes responsabilidades entre os países, com preços diferentes com base em diferentes níveis de desenvolvimento e emissões históricas.
“Um acordo mínimo para o preço do carbono não significa impostos sobre o carbono per se. Embora os impostos sejam um mecanismo eficiente, um piso de preço pode funcionar por meio de outras medidas políticas como regulamentação ou comércio de emissões que alcançam resultados equivalentes”, disse ela.