Buenos Aires – O porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gerry Rice, afirmou que vai continuar a trabalhar com autoridades argentinas para “aprofundar as discussões técnicas” como parte das negociações para a reestruturação da dívida externa do país.
O porta-voz se recusou a comentar o atual contexto político do país, derivada da renúncia de ministros de gabinete que respondem à vice-presidente Cristina Fernandez de Kirchner, e disse que a organização continuará trabalhando com o país “para ajudar a sociedade a enfrentar seus problemas”.
O governo argentino negocia a retirada das sobretaxas de juros e um programa de facilidades estendidas de dez anos. Depois de receber Direitos Especiais de Saque (SDRs) de US$ 4,355 bilhões em agosto, o governo já confirmou que vai destinar esse dinheiro para pagar os vencimentos de US$ 4,380 bilhões contratados para setembro, novembro e dezembro deste ano.
Além disso, o orçamento para o próximo ano prevê que não serão abonados compromissos de dívida ante um eventual acordo com o FMI. O orçamento foi enviado ontem pelo governo ao Congresso.
Os comentários de Rice vêm após a realização no domingo das eleições Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO), nas quais a coalizão de oposição Juntos pela Mudança obteve ampla vitória ante a coalizão do governo, Frente de Todos. Ao menos oito autoridades ligadas à Kirchner apresentaram sua renúncia ao presidente do país, Alberto Fernández.
Tradução: Cristiana Euclydes