FMI melhora estimativa de contração da economia norte-americana

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São Paulo – O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê uma contração menor da economia dos Estados Unidos este ano, para 4,3%, ante projeção anterior de queda de 8,0%, divulgada em junho, citando resultados melhores do que o esperado no segundo trimestre deste ano.

A previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem, por sua vez, foi rebaixada de 4,5% para 3,1%. Em 2019, o PIB norte-americano avançou 2,2%.

Segundo o relatório, os resultados do PIB no segundo trimestre surpreenderam positivamente nos Estados Unidos, onde a economia contraiu em um ritmo histórico no segundo trimestre, mas menos severo do que o projetado, com as transferências do governo apoiando a renda familiar.

“Em geral, as condições financeiras continuaram a melhorar”, diz o FMI, citando que “medidas políticas agressivas têm desempenhado um papel vital em apoiar o sentimento e prevenir a amplificação adicional do choque covid-19 através do sistema financeiro”.

O FMI citou as facilidades de empréstimo direcionadas do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e as mudanças em sua política monetária estratégia, movendo-se para uma meta flexível de taxa de inflação de 2% ao longo do tempo.

Além disso, a agitação social aumentou nos Estados Unidos em junho, em protestos contra o racismo institucional e a desigualdade racial. “Protestos mais generalizados ou de longa duração podem prejudicar sentimento e pesar mais na atividade”, diz.

O FMI citou ainda a incerteza da política comercial. “Apesar da recente reafirmação da fase um do acordo comercial entre os Estados Unidos e a China assinado no início do ano, tensões entre os as duas maiores economias do mundo permanecem elevadas em numerosas frentes”.

Pelo lado positivo, o acordo comercial entre Canadá, México, e os Estados Unidos entraram em vigor em primeiro de julho.

Entre os dados, segundo o FMI, indicadores de emprego e força de trabalho melhoraram desde maio. “A taxa de desemprego caiu substancialmente e a criação de empregos aumentou nos Estados Unidos”, diz o relatório.

Por outro lado, os pedidos de seguro desemprego semanais nos Estados Unidos continuaram perto de 1 milhão no final de setembro, indicando demissões generalizadas sustentadas e impactos adversos na renda familiar.

Já as pesquisas de gerentes de compras apontam para uma atividade industrial forte nos Estados Unidos em setembro, enquanto mostram algum contratempo para os serviços, provavelmente refletindo o aumento de infecções. Outros dados sugerem um nivelamento na atividade, conforme refletido nos gastos diários do consumidor nos Estados Unidos.